sábado, 8 de setembro de 2012

Primeira ordem - Espíritos Puros

Parte Segunda: Do Mundo Espírita ou Mundo dos Espíritos - Capítulo 1: Dos Espíritos

Relendo o livro Paulo e Estevão encontrei uma passagem que cai bem no comentário de hoje, sobre os Espíritos Puros. Neste trecho do livro, Paulo (ou melhor, Saulo, porque ele ainda não tinha adotado um novo nome), em oração, desligou-se do corpo físico e entrou em contato com dois espíritos das altas esferas - Estevão, o primeiro mártir do cristianismo, e Abigail, irmã deste. Não vou entrar em detalhes porque incentivo a todos que leiam (ou releiam, como eu). Mas segue o trecho:

Quis aproximar-se, oscular as mãos de Estevão, rogar perdão para o nefando passado, mas foi o mártir do “Caminho” que, na luz de sua ressurreição gloriosa, aproximou-se do ex-rabino e o  abraçou efusivamente, como se o fizesse a um irmão amado. Depois, beijando-lhe a fronte, murmurou com ternura: 
— Saulo, não te detenhas no passado! Quem haverá, no mundo, isento de erros? Só Jesus foi puro!...

E, pedindo uma orientação ao espírito Abgail, Saulo tenta formar um roteiro de vida para seguir Jesus. Acho que essas indicações servem para todos, apesar da dificuldade em segui-las:

Que fazer para adquirir a compreensão perfeita dos desígnios do Cristo? 
Ama! — respondeu Abigail espontaneamente.

O romance Paulo e Estêvão, lançado em julho de 1942,
ganhou uma edição comemorativa relativa aos 70 anos
 da obra (detalhe do estande da FEB na Bienal do Livro
 de 2012, em São Paulo)

Como fazer para que a alma alcançasse tão elevada expressão de esforço com Jesus-Cristo? 
Trabalha! — esclareceu a noiva amada, sorrindo bondosamente.
Abigail tinha razão. Era necessário realizar a obra de aperfeiçoamento interior.

Que providências adotar contra o desânimo destruidor? 
Espera! — disse ela ainda, num gesto de terna solicitude, como quem desejava esclarecer que a alma deve estar pronta a atender ao programa divino, em qualquer circunstância, extreme de caprichos pessoais. 
Ouvindo-a, Saulo considerou que a esperança fora sempre a companheira dos seus dias mais ásperos. Saberia aguardar o porvir com as  bênçãos do Altíssimo. Confiaria na sua misericórdia.

Como conciliar as grandiosas lições do Evangelho com a indiferença dos homens?

Abigail apertou-lhe as mãos com mais ternura, a indicar as despedidas, e acentuou docemente: 
Perdoa!... 

Em seguida, seu vulto luminoso pareceu diluir-se como se fosse feito de fragmentos de aurora. 
Empolgado pela maravilhosa revelação, Saulo viu-se só, sem saber como coordenar as expressões do próprio deslumbramento. Na região, que se coroava de claridades infinitas, sentiam-se vibrações de misteriosa beleza. Aos seus ouvidos continuavam chegando ecos longínquos de sublimes harmonias siderais, que pareciam traduzir mensagens de amor, oriundas de sóis distantes...

Miramez, na sempre lembrada obra Filosofia Espírita, psicografada por João Nunes Maia, ensina mais sobre os espíritos puros em dois capítulos do vol. III. Selecionei dois trechos para nosso estudo, em que Miramez explica que os Espíritos Puros:

Já reuniram toda as experiências e são dotados da mais pura moral,
da mais profunda filosofia e da mais elevada ciência;
têm domínio sobre todas as coisas e a natureza lhes obedece,
por conhecerem todas as leis que governam e dirigem a criação.
[...]
O Cristo foi um desses que pisou na Terra, por misericórdia do Pai Celestial,
cuja filosofia espiritual confundiu até aos mais sábios de sua época,
por mostrar e viver conceitos nunca antes vistos e vividos. Essa herança divina
nos trouxe uma esperança grandiosa, porque nos mostrou os caminhos
por onde deveremos passar para alcançar a felicidade.

Com essa leitura, é impossível não lembrar de duas passagens do Novo Testamento:


Vasiliy POLENOV, 1896 
E aconteceu que, passados três dias, o acharam no templo, assentado no meio dos doutores, ouvindo-os, e interrogando-os.
E todos os que o ouviam admiravam a sua inteligência e respostas.
E quando o viram, maravilharam-se, e disse-lhe sua mãe: Filho, por que fizeste assim para conosco? Eis que teu pai e eu ansiosos te procurávamos.
E ele lhes disse: Por que é que me procuráveis? Não sabeis que me convém tratar dos negócios de meu Pai?
E eles não compreenderam as palavras que lhes dizia. 
(Lucas 2:46-50)


Arnold FRIBERG
E aconteceu que, num daqueles dias, entrou num barco com seus discípulos, e disse-lhes: Passemos para o outro lado do lago. E partiram.
E, navegando eles, adormeceu; e sobreveio uma tempestade de vento no lago, e enchiam-se de água, estando em perigo.
E, chegando-se a ele, o despertaram, dizendo: Mestre, Mestre, perecemos. E ele, levantando-se, repreendeu o vento e a fúria da água; e cessaram, e fez-se bonança.
E disse-lhes: Onde está a vossa fé? E eles, temendo, maravilharam-se, dizendo uns aos outros: Quem é este, que até aos ventos e à água manda, e lhe obedecem? 
(Lucas 8:22-25)


Por último, deixo com vocês uma mensagem de Emmanuel, obtida pelo médium Chico Xavier.


Até a próxima!!!

domingo, 2 de setembro de 2012

Segunda ordem - Bons Espíritos

Parte Segunda: Do Mundo Espírita ou Mundo dos Espíritos - Capítulo 1: Dos Espíritos

Estava pensando em quais mensagens poderiam ilustrar nosso estudo de hoje e lembrei de um texto que li na revista Espíritta, de maio de 1959, que mostra a transformação de um espírito para o bom caminho. A mudança é lenta mesmo, mas quando o espírito se conscientiza, a mudança é certa e o socorro dos espíritos superiores nunca falta. O artigo chama-se Cenas da Vida Privada Espírita (aqui está o texto completo) e é bastante instrutivo!

Mas entrando no tema, encontrei na edição de setembro de 1959, também da Revista Espírita, como Allan Kardec detalha algumas características dos bons espíritos e de suas comunicações e assinalei alguns trechos:

Cena do filme Nosso Lar: quando André Luiz chegou à colonia,
o governador já estava em seu 114º ano de administração.
Só mesmo um bom espírito para atingir essa marca...
1. Os Espíritos superiores, como já dissemos em várias ocasiões, têm uma linguagem sempre digna, nobre, elevada, sem qualquer mistura de trivialidade. Dizem tudo com simplicidade e modéstia, jamais se vangloriam e não fazem ostentação de seu saber nem de sua posição entre os demais.
[...]

2. Os Espíritos bons não dizem senão o que sabem; calam-se ou confessam a sua ignorância sobre aquilo que não sabem.
[...]

4. Os Espíritos bons jamais dão ordens; não impõem: aconselham e, se não são ouvidos, retiram-se. Os maus são imperiosos: ordenam e querem ser obedecidos. Todo Espírito que impõe trai a sua origem.

5. Os Espíritos bons não adulam. Aprovam quando se faz o bem, mas sempre com reservas; os maus são pródigos em elogios exagerados, estimulam o orgulho e a vaidade, mesmo pregando a humildade, e procuram  exaltar a importância pessoal daqueles a quem desejam apanhar.

Cena do filme Nosso Lar: exceto o governador, ministra Veneranda
foi o único espírito da colônia que já viu Jesus nas Esferas
Resplandecentes. Sem dúvida, outro exemplo de Bom Espírito!
6. Os Espíritos superiores estão acima das puerilidades formais em todas as coisas; para eles o pensamento é tudo, a forma nada vale. 

9. Os Espíritos bons são muito escrupulosos sobre as providências que podem aconselhar; em todos os casos estas têm sempre um objetivo sério e eminentemente útil.
[...]

10. Os Espíritos bons só prescrevem o bem. Toda máxima, todo conselho que não estiver estritamente conforme a pura caridade evangélica não pode ser obra de Espíritos bons; acontece o mesmo com toda insinuação malévola, tendente a excitar ou a alimentar sentimentos de ódio, de ciúme e de egoísmo.




Também Emmanuel, em uma comunicação de 1960, pelo médium Chico Xavier, fala sobre os bons espíritos. Esta mensagem retirei da revista Reformador, de fevereiro de 1961, disponível no site da Federação Espírita Brasileira:


E também lembrei uma passagem do do livro Obreiros da vida eterna, da obra de André Luiz, que está no capítulo 3. Nesse trecho, podemos ver que os espíritos elevados não são de desperdiçar tempo ou palavras. Eles falam pouco, mas a mensagem é para pensar pelo resto da vida! O capítulo descreve a preparação para se receber um espírito das altas esferas que daria alguns conselhos a grupos de trabalho que iriam seguir em tarefa na Terra. A página 54 (abaixo), começa com com uma pergunta a esse mentor, feita por um dos um dos líderes de um dos grupos:



Depois desse encontro, o instrutor de André Luiz explica quem é esse mentor das esferas elevadas, cujo nome é Asclépios. Coloquei esse trecho só para termos ideia das categorias mais elevadas da ordem dos Bons Espíritos: 



E, para encerrar, também acrescento que, mesmo entre os espíritos nobres, a evolução continua num ritmo e num alcance que é difícil concebermos. Até sublinhei os trecho que achei mais interessantes! Vejam, como o instrutor ainda esclarece André Luiz:


Acho que por hoje temos material suficiente para refletir. Até o próximo post!