sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Progressão dos espíritos

Parte Segunda: Do Mundo Espírita ou Mundo dos Espíritos - Capítulo 1: Dos Espíritos

O progresso ou mesmo evolução dos Espíritos são tratados nesse capítulo. O primeiro comentários que separei foi uma mensagem de Emmanuel, psicografado pelo Chico Xavier, e que pode ser encontrada no livro Religião dos Espíritos. O texto faz uma abordagem da primeira pergunta - nº 114 - desse nosso interítulo em estudo:


Ou seja, depende mesmo de nós. Não adianta querer jogar para outros a responsabilidade do nosso progresso ou estacionamento em uma determinada dificuldade. E como responsabilidade lembra estarmos conscientes do que fazemos, segue uma mensagem de Joanna de Ângelis, por meio do médium Divaldo Franco, que pode ser encontrada no livro Momentos de Consciência:








Em O Problema do Ser, do Destino e da Dor, Leon Denis trata de uma questão importantíssima quando falamos em progresso espiritual: o livre-arbítrio: Selecionei alguns trechos do capítulo "Livre-arbítrio" que são uma ótima fonte de estudos e meditação para nós. 


Leon Denis, por volta dos 50 anos
A liberdade e a responsabilidade são correlativas no ser e aumentam com sua elevação; é a responsabilidade do homem que faz sua dignidade e moralidade. Sem ela, não seria ele mais do que um autômato, um joguete das forças ambientes; a noção de moralidade é inseparável da de liberdade.


Denis e sua mãe
A luta entre a matéria e o espírito tem precisamente como objetivo libertar este último cada vez mais do jugo das forças cegas. A inteligência e a vontade chegam, pouco a pouco, a predominar sobre o que a nossos olhos representa a fatalidade. O livre-arbítrio é, pois, a expansão da personalidade e da consciência. Para sermos livres é necessário querer sê-lo e fazer esforço para vir a sê-lo, libertando-nos da escravidão da ignorância e das paixões inferiores, substituindo o império das sensações e dos instintos pelo da razão.




Nesta foto, Denis aos 30 anos...
[...] cada um daqueles sistemas partia do dado inexato de que o ser humano tem a percorrer uma única existência. A questão muda, porém, inteiramente de aspecto ao se alargar o círculo da vida e se considerar o problema à luz que projeta a doutrina dos renascimentos. Assim, cada ser conquista a própria liberdade no decurso da evolução que tem de perfazer.




...e aqui já aos 79 anos.
O futuro aparece-lhe então, não em seus pormenores, mas em seus traços mais salientes, isto é, na medida em que esse futuro é a resultante de atos anteriores. Esses atos representam a parte de fatalidade ou “a predestinação” que certos homens são levados a ver em todas as vidas. São simplesmente, como vimos, efeitos ou reações de causas remotas. Na realidade, nada há de fatal e, qualquer que seja o peso das responsabilidades em que se tenha incorrido, pode-se sempre atenuar, modificar a sorte com obras de dedicação, de bondade, de caridade, por um longo sacrifício ao dever.







E o autor resume o capítulo com uma frase:

“O homem é o obreiro de sua libertação.” 


No livro Nosso Lar, no capítulo Continuando a palestra, dona Laura e André Luiz conversam sobre os primeiros anos da família de Lísias na colônia. E dona Laura dá um exemplo de tudo isso que temos aprendido nesse intertítulo de O Livro dos Espíritos, com exemplos de vida e de situações que ela mesma passou na sua última encarnação:


"Minhas lutas na viuvez haviam sido intensas. Muito moça ainda, com os filhos tenros, tive de
enfrentar serviços rudes. A custa de testemunhos difíceis, proporcionei aos rebentos
de nossa união os valores educativos, de que eu podia dispor, habituando­os, porém,
muito cedo, aos trabalhos árduos. Compreendi, depois, que a existência laboriosa me
livrara das indecisões e angústias do Umbral, por colocar­me a coberto de muitas e
perigosas tentações. O suor do corpo ou  a preocupação  justa, nos campos de
atividade honesta, constituem valiosos recursos para a elevação e defesa da alma."
[...]
Após ligeiro intervalo, em que parecia meditar, minha interlocutora
prosseguiu em tom grave:
– "Mas a esfera do globo nos esperava. Se o presente estava cheio de alegria,
o passado chamava a contas, para que o futuro se harmonizasse com a lei eterna.
Não podíamos pagar à Terra com bônus-­hora e sim com o suor honrado, fruto de
trabalhos. Dada a nossa boa­-vontade, aclarava­-se-­nos a visão, relativamente ao 
pretérito doloroso. A lei do ritmo exigia, então, nossa volta."
Aquelas afirmativas causavam­me viva impressão. Era a primeira vez que
se feria tão fundo aos meus ouvidos, na colônia, o assunto referente a encarnações pregressas.


Mas a continuação da conversa envereda para um outro tema, que iremos ver nos próximos posts, que são a reencarnação e sua justiça.

Por agora é só. Vou encerrando com uma frase que li em O Pica-pau Amarelo, do Monteiro Lobato e que serve também para nossos estudos. 

Vovó diz que ainda é cedo - que há uma leitura para cada idade. (diz Pedrinho)

Dona Benta era mesmo uma vovó sábia!!! É isso mesmo, cada ensinamento para cada idade espiritual. Ou não estaremos pronto para aquele aprendizado. E aqui vai também minha homenagem ao grande Monteiro Lobato e à primeira produção de O Sitio do Pica-Pau Amarelo, que eu assistia quando era criança, e cujas imagens ficaram em minha memória como os verdadeiros personagens dos livros. Até mais!

sábado, 8 de setembro de 2012

Primeira ordem - Espíritos Puros

Parte Segunda: Do Mundo Espírita ou Mundo dos Espíritos - Capítulo 1: Dos Espíritos

Relendo o livro Paulo e Estevão encontrei uma passagem que cai bem no comentário de hoje, sobre os Espíritos Puros. Neste trecho do livro, Paulo (ou melhor, Saulo, porque ele ainda não tinha adotado um novo nome), em oração, desligou-se do corpo físico e entrou em contato com dois espíritos das altas esferas - Estevão, o primeiro mártir do cristianismo, e Abigail, irmã deste. Não vou entrar em detalhes porque incentivo a todos que leiam (ou releiam, como eu). Mas segue o trecho:

Quis aproximar-se, oscular as mãos de Estevão, rogar perdão para o nefando passado, mas foi o mártir do “Caminho” que, na luz de sua ressurreição gloriosa, aproximou-se do ex-rabino e o  abraçou efusivamente, como se o fizesse a um irmão amado. Depois, beijando-lhe a fronte, murmurou com ternura: 
— Saulo, não te detenhas no passado! Quem haverá, no mundo, isento de erros? Só Jesus foi puro!...

E, pedindo uma orientação ao espírito Abgail, Saulo tenta formar um roteiro de vida para seguir Jesus. Acho que essas indicações servem para todos, apesar da dificuldade em segui-las:

Que fazer para adquirir a compreensão perfeita dos desígnios do Cristo? 
Ama! — respondeu Abigail espontaneamente.

O romance Paulo e Estêvão, lançado em julho de 1942,
ganhou uma edição comemorativa relativa aos 70 anos
 da obra (detalhe do estande da FEB na Bienal do Livro
 de 2012, em São Paulo)

Como fazer para que a alma alcançasse tão elevada expressão de esforço com Jesus-Cristo? 
Trabalha! — esclareceu a noiva amada, sorrindo bondosamente.
Abigail tinha razão. Era necessário realizar a obra de aperfeiçoamento interior.

Que providências adotar contra o desânimo destruidor? 
Espera! — disse ela ainda, num gesto de terna solicitude, como quem desejava esclarecer que a alma deve estar pronta a atender ao programa divino, em qualquer circunstância, extreme de caprichos pessoais. 
Ouvindo-a, Saulo considerou que a esperança fora sempre a companheira dos seus dias mais ásperos. Saberia aguardar o porvir com as  bênçãos do Altíssimo. Confiaria na sua misericórdia.

Como conciliar as grandiosas lições do Evangelho com a indiferença dos homens?

Abigail apertou-lhe as mãos com mais ternura, a indicar as despedidas, e acentuou docemente: 
Perdoa!... 

Em seguida, seu vulto luminoso pareceu diluir-se como se fosse feito de fragmentos de aurora. 
Empolgado pela maravilhosa revelação, Saulo viu-se só, sem saber como coordenar as expressões do próprio deslumbramento. Na região, que se coroava de claridades infinitas, sentiam-se vibrações de misteriosa beleza. Aos seus ouvidos continuavam chegando ecos longínquos de sublimes harmonias siderais, que pareciam traduzir mensagens de amor, oriundas de sóis distantes...

Miramez, na sempre lembrada obra Filosofia Espírita, psicografada por João Nunes Maia, ensina mais sobre os espíritos puros em dois capítulos do vol. III. Selecionei dois trechos para nosso estudo, em que Miramez explica que os Espíritos Puros:

Já reuniram toda as experiências e são dotados da mais pura moral,
da mais profunda filosofia e da mais elevada ciência;
têm domínio sobre todas as coisas e a natureza lhes obedece,
por conhecerem todas as leis que governam e dirigem a criação.
[...]
O Cristo foi um desses que pisou na Terra, por misericórdia do Pai Celestial,
cuja filosofia espiritual confundiu até aos mais sábios de sua época,
por mostrar e viver conceitos nunca antes vistos e vividos. Essa herança divina
nos trouxe uma esperança grandiosa, porque nos mostrou os caminhos
por onde deveremos passar para alcançar a felicidade.

Com essa leitura, é impossível não lembrar de duas passagens do Novo Testamento:


Vasiliy POLENOV, 1896 
E aconteceu que, passados três dias, o acharam no templo, assentado no meio dos doutores, ouvindo-os, e interrogando-os.
E todos os que o ouviam admiravam a sua inteligência e respostas.
E quando o viram, maravilharam-se, e disse-lhe sua mãe: Filho, por que fizeste assim para conosco? Eis que teu pai e eu ansiosos te procurávamos.
E ele lhes disse: Por que é que me procuráveis? Não sabeis que me convém tratar dos negócios de meu Pai?
E eles não compreenderam as palavras que lhes dizia. 
(Lucas 2:46-50)


Arnold FRIBERG
E aconteceu que, num daqueles dias, entrou num barco com seus discípulos, e disse-lhes: Passemos para o outro lado do lago. E partiram.
E, navegando eles, adormeceu; e sobreveio uma tempestade de vento no lago, e enchiam-se de água, estando em perigo.
E, chegando-se a ele, o despertaram, dizendo: Mestre, Mestre, perecemos. E ele, levantando-se, repreendeu o vento e a fúria da água; e cessaram, e fez-se bonança.
E disse-lhes: Onde está a vossa fé? E eles, temendo, maravilharam-se, dizendo uns aos outros: Quem é este, que até aos ventos e à água manda, e lhe obedecem? 
(Lucas 8:22-25)


Por último, deixo com vocês uma mensagem de Emmanuel, obtida pelo médium Chico Xavier.


Até a próxima!!!

domingo, 2 de setembro de 2012

Segunda ordem - Bons Espíritos

Parte Segunda: Do Mundo Espírita ou Mundo dos Espíritos - Capítulo 1: Dos Espíritos

Estava pensando em quais mensagens poderiam ilustrar nosso estudo de hoje e lembrei de um texto que li na revista Espíritta, de maio de 1959, que mostra a transformação de um espírito para o bom caminho. A mudança é lenta mesmo, mas quando o espírito se conscientiza, a mudança é certa e o socorro dos espíritos superiores nunca falta. O artigo chama-se Cenas da Vida Privada Espírita (aqui está o texto completo) e é bastante instrutivo!

Mas entrando no tema, encontrei na edição de setembro de 1959, também da Revista Espírita, como Allan Kardec detalha algumas características dos bons espíritos e de suas comunicações e assinalei alguns trechos:

Cena do filme Nosso Lar: quando André Luiz chegou à colonia,
o governador já estava em seu 114º ano de administração.
Só mesmo um bom espírito para atingir essa marca...
1. Os Espíritos superiores, como já dissemos em várias ocasiões, têm uma linguagem sempre digna, nobre, elevada, sem qualquer mistura de trivialidade. Dizem tudo com simplicidade e modéstia, jamais se vangloriam e não fazem ostentação de seu saber nem de sua posição entre os demais.
[...]

2. Os Espíritos bons não dizem senão o que sabem; calam-se ou confessam a sua ignorância sobre aquilo que não sabem.
[...]

4. Os Espíritos bons jamais dão ordens; não impõem: aconselham e, se não são ouvidos, retiram-se. Os maus são imperiosos: ordenam e querem ser obedecidos. Todo Espírito que impõe trai a sua origem.

5. Os Espíritos bons não adulam. Aprovam quando se faz o bem, mas sempre com reservas; os maus são pródigos em elogios exagerados, estimulam o orgulho e a vaidade, mesmo pregando a humildade, e procuram  exaltar a importância pessoal daqueles a quem desejam apanhar.

Cena do filme Nosso Lar: exceto o governador, ministra Veneranda
foi o único espírito da colônia que já viu Jesus nas Esferas
Resplandecentes. Sem dúvida, outro exemplo de Bom Espírito!
6. Os Espíritos superiores estão acima das puerilidades formais em todas as coisas; para eles o pensamento é tudo, a forma nada vale. 

9. Os Espíritos bons são muito escrupulosos sobre as providências que podem aconselhar; em todos os casos estas têm sempre um objetivo sério e eminentemente útil.
[...]

10. Os Espíritos bons só prescrevem o bem. Toda máxima, todo conselho que não estiver estritamente conforme a pura caridade evangélica não pode ser obra de Espíritos bons; acontece o mesmo com toda insinuação malévola, tendente a excitar ou a alimentar sentimentos de ódio, de ciúme e de egoísmo.




Também Emmanuel, em uma comunicação de 1960, pelo médium Chico Xavier, fala sobre os bons espíritos. Esta mensagem retirei da revista Reformador, de fevereiro de 1961, disponível no site da Federação Espírita Brasileira:


E também lembrei uma passagem do do livro Obreiros da vida eterna, da obra de André Luiz, que está no capítulo 3. Nesse trecho, podemos ver que os espíritos elevados não são de desperdiçar tempo ou palavras. Eles falam pouco, mas a mensagem é para pensar pelo resto da vida! O capítulo descreve a preparação para se receber um espírito das altas esferas que daria alguns conselhos a grupos de trabalho que iriam seguir em tarefa na Terra. A página 54 (abaixo), começa com com uma pergunta a esse mentor, feita por um dos um dos líderes de um dos grupos:



Depois desse encontro, o instrutor de André Luiz explica quem é esse mentor das esferas elevadas, cujo nome é Asclépios. Coloquei esse trecho só para termos ideia das categorias mais elevadas da ordem dos Bons Espíritos: 



E, para encerrar, também acrescento que, mesmo entre os espíritos nobres, a evolução continua num ritmo e num alcance que é difícil concebermos. Até sublinhei os trecho que achei mais interessantes! Vejam, como o instrutor ainda esclarece André Luiz:


Acho que por hoje temos material suficiente para refletir. Até o próximo post!





terça-feira, 14 de agosto de 2012

Terceira ordem - Espíritos imperfeitos

Parte Segunda: Do Mundo Espírita ou Mundo dos Espíritos - Capítulo 1: Dos Espíritos

Filosofia Espírita vol. III:
muito bom estudar com Miramez
Para quem gosta de ler os livros do Miramez, com psicografia de João Nunes Maia, segue uma novidade que descobri estes dias. O site O Livro dos Espíritos comentado pelo Espírito Miramez disponibiliza os textos de toda a coleção Filosofia Espírita. Nem acreditei quando vi porque está difícil encontrar tanto os livros digitalizados quanto os tradicionais - as livrarias que conheço não tem para vender! Uma pena, porque essa obra é apenas maravilhosa. Também deixo com vocês o link para download do Filosofia Espírita vol. III, que disponibilizei no Slide Share, para ser consultado a partir da pergunta 103 do Livros dos Espíritos, que disserta sobre os Espíritos Levianos, e que está neste item do Livro dos Espíritos.

Aproveitando estas dicas, inicio o estudo com dois trechos do livro acima citado, comentando sobre Espíritos Imperfeitos:

Essa classe de Espíritos a que O Livro dos Espíritos chama de Espíritos imperfeitos, é de uma extensão imensurável na Terra. Dela fazem parte tipos diferentes de entidades, com sentimentos variáveis do mal. Desde o brincalhão até o belicoso, que ora faz parte de todos os movimentos das armas em todo o mundo, investidos com a capa de defesa e de justiça. Pode-se observar que, de vez em quando, aparecem na mente pensamentos indesejados, que o bom senso fala não terem nascido dos próprios sentimentos. Eles vêm de alguma classe desses Espíritos inferiores, porque lhes sobra muito tempo e a prática lhes desenvolveu a razão, para a perturbação na comunidade da Terra. Ignoram que são sementes que eles deverão colher mais cedo ou mais tarde, no mesmo ambiente em que semearam. Pelos pensamentos que surgirem na mente, pode-se portanto, analisar de onde eles vieram, qual a fonte que os estruturou...

A Terra passa por um período de provações difíceis, por estar sob a influência der Espíritos trevosos, em quantidades maiores que os Espíritos bons, da segunda classe. Mas, os bons, mesmo em menor número, sairão vitoriosos, e a casa terrena passará a ser dirigida por eles, com intuição dos Espíritos angélicos. O raciocínio dos Espíritos ignorantes é de que tudo morre com o corpo, que não há proteção espiritual para a humanidade, que cada criatura menor vive sob a agressão da maior, que Deus, se existe, não tem tempo de olhar tudo que criou, e assim sucessivamente. São ideias de Espíritos que desconhecem a realidade da vida espiritual, devido às faixas em que vivem.

E para ilustrar, lembrei de uma passagem de um dos livros da coleção de André Luiz, psicografada por Chico Xavier: E a vida continua (este link leva ao site da loja virtual da Federação Espírita Brasileira - FEB -, onde estão disponíveis para leitura o primeiro capítulo de várias obras). Aliás, essa coleção vale a pena ler inteirinha pois é uma fonte incrível de ensinamentos. O trecho abaixo foi retirado do capítulo 13, Tarefas Novas (para aumentar o tamanho, clique sobre a imagem):






Também no livro Libertação, do mesmo autor espiritual, encontramos várias categorias de espíritos imperfeitos, como destacou Allan Kardec entre os itens 102 e 106 de O Livros dos Espíritos, especialmente no capítulo Numa cidade estranha, em que a equipe de benfeitores espirituais passa algumas horas em uma cidade do umbral, devido a um trabalho de socorro que está sendo realizado.

Para encerrar, e já que citamos o livro E a vida continua, vale lembrar que em 14 de setembro (em menos de um mês) estreia o filme E a vida continua... (visite o site oficial do filme em http://www.eavidacontinuaofilme.com.br). Como estou ansiosa para ver, deixo com vocês o trailer do filme... só para dar água na boca! Até mais.





quarta-feira, 18 de julho de 2012

Escala espírita

Parte Segunda: Do Mundo Espírita ou Mundo dos Espíritos - Capítulo 1: Dos Espíritos

Neste item de O Livro dos Espíritos, Allan Kardec faz um comentário mais longo sobre as ordens de espíritos, baseado no item anterior, onde os espíritos mentores do trabalho de Kardec responderam a perguntas sugeridas pelo codificador.

Para não ficar muito repetitivo e parecido com o post anterior, achei interessante procurar algumas histórias contadas pelos próprios espíritos. Para isso, usei dois livros: Vozes do Grande Além (Espíritos Diversos/Chico Xavier) e Diálogo com as Sombras (Hermínio Miranda). No caso dos espíritos puros, selecionei uma mensagem que descreve um pouco do perfil dessa classe de espíritos iluminados, publicada no livro Momentos de Coragem (Joanna de Ângelis/Divaldo Franco) e uma mensagem do Espírito de Verdade, que consta de O Evangelho Segundo o Espiritismo.

Em Diálogo com as Sombras, Hermínio Miranda descreve várias experiências que teve durante trabalhos de desobsessão, agrupando os perfis dos espíritos que ele observou. Escolhi um desses relatos para ilustrar os espíritos de terceira ordem:

OS JURISTAS
Muitas vezes nos encontramos com esses trabalhadores das sombras, tão
compenetrados de suas tarefas como quaisquer outros. São os terríveis juristas do Espaço.
“Estes também — diz o artigo já citado, em “Reformador” de fevereiro de
1975 —, autoritários e seguros de si, exoneram-se facilmente de qualquer
culpa porque, segundo informam ao doutrinador, cingem-se aos autos do
processo. Na sua opinião, qualquer juiz terreno, medianamente instruído,
proferiria a mesma sentença diante daqueles fatos. Todo  o formalismo
processualístico ali está: as denúncias, os depoimentos, as audiências, os
pareceres, os laudos, as perícias, os despachos e, por fim, a  sentença —
invariavelmente condenatória. E até as revisões, e os apelos, quando previstos
nos “códigos” pelos quais se orientam (ou melhor, se desorientam).”
São também impessoais e frios aplicadores das “leis”.
Um desses juizes deu-me a honra de trazer, para argumentar comigo, os
autos do processo. Abriu sobre a mesa o caderno, invisível a mim, e começou
a citar a lista de crimes que o acusado havia cometido, desde o
desencaminhamento de jovens inexperientes, até assassinatos.  Só depois,
pobre irmão, foi descobrir que estava lendo os autos de seu próprio processo!
Trouxera consigo um servidor da sua equipe apenas para “carregar” os autos,
coisa indigna de sua elevada condição de magistrado. Quando pediu ao
contínuo que lhe passasse os autos, este lhe deu a documentação errada. .. O
engano foi, aliás, seu mesmo, porque o bedel lhe dera  primeiro um dos
processos, e ele, em tom áspero e imperioso:
— Não é este, é o outro!
O “outro” era o dele!
Já me trouxeram também os autos do processo de minha “heresia”, como
também autos já arquivados, com sentença proferida, em caso que, segundo
este jurista invisível, eu havia apelado.

Um parênteses: gostaria de destacar o trabalho excelente feito pela Federação Espírita Brasileira ao disponibilizar o acervo digital da revista O Reformador, dos anos de 1955 até 2010. Recomendo a todos uma visita e pesquisa. Eu mesma encontrei um artigo incrível da querida médium Yvonne Pereira ("Um caso de reencarnação: eu e Roberto de Canallejas) e que já estava procurando há um tempão. Parabéns à FEB.

Mas retomando o assunto, segue outro exemplo de espírito de terceira ordem, só que já arrependido e voltando para o caminho do bem. O depoimento espiritual foi registrado por Chico Xavier e publicado no livro Vozes do Grande Além, sob o título de Enterrado Vivo:





Também no livro Vozes do Grande Além, sob o título de Companheiro de Regresso, temos um caso do que poderíamos chamar de espírito de segunda ordem:



Como temos observado, as categorias organizadas por Kardec incluem muitas sub-categorias, já que dependem da evolução espiritual de cada um. Do livro Momentos de Coragem, Joanna de Ângelis, por intermédio de Divaldo Franco, traça as características dos espíritos benfeitores que nos acompanham e orientam. Acredito que estes espíritos ainda fazem parte da segunda ordem de espíritos:


Para a primeira ordem, a dos espíritos puros, selecionei uma mensagem que consta do Evangelho Segundo o Espiritismo, que está no item 7 do capítulo VI, O Cristo Consolador, assinada pelo Espirito de Verdade:

Sou o grande médico das almas e venho trazer­vos o remédio que vos há de curar.
Os fracos, os sofredores e os enfermos são os meus filhos prediletos. Venho salvá­ 
los. Vinde, pois, a mim, vós que sofreis e vos achais oprimidos, e sereis aliviados e
consolados. Não  busqueis alhures a força e a consolação, pois que o mundo é
impotente para dá­las. Deus dirige um supremo apelo aos vossos corações, por meio 
do Espiritismo. Escutai­o. Extirpados sejam de vossas almas doloridas a impiedade,
a mentira, o erro, a incredulidade. São monstros que sugam o vosso  mais puro 
sangue e que vos abrem chagas quase sempre mortais. Que, no futuro, humildes e
submissos ao Criador, pratiqueis a sua lei divina. Amai e orai; sede dóceis aos
Espíritos do Senhor; invocai­o do fundo de vossos corações. Ele, então, vos enviará
o seu Filho bem­amado, para vos instruir e dizer estas boas palavras: Eis­me aqui;
venho até vós, porque me chamastes.
O Espírito de Verdade (Bordéus, 1861)

O assunto ainda não se esgotou. Mas por hoje é isso. Espero que gostem da apresentação que coloquei para encerrar o post, com o perfil do mais puro espírito que já esteve em nosso plano físico. Até mais!


Ou, se quiserem escutar a música (Recomendo!):






domingo, 15 de julho de 2012

Diferentes ordens de espíritos

Parte Segunda: Do Mundo Espírita ou Mundo dos Espíritos - Capítulo 1: Dos Espíritos

É importante lembrar que, mesmo existindo uma série de classificações para os espíritos, todos estamos em processo de evolução. Em O Problema do Ser, do Destino e da Dor, Leon Denis destaca o trabalho dos espíritos que desejam evoluir e que, por isso, podem ser considerados "espíritos da segunda ordem", conforme categorizou Allan Kardec:

Todo espírito que deseja progredir trabalhando na obra de
solidariedade universal recebe dos espíritos mais elevados uma
missão particular, apropriada às suas aptidões e ao seu grau de adiantamento.
Alguns têm por tarefa acolher os espíritos em seu retorno à
vida espiritual, guiá-los, ajudá-los a se desprenderem dos fluidos
espessos que os envolvem; outros são encarregados de consolar,
instruir as almas sofredoras e atrasadas. Espíritos de químicos,
físicos, naturalistas, astrônomos, prosseguem em suas pesquisas, estudam os mundos, suas superfícies, suas profundezas ocultas, atuam em todos os lugares sobre a matéria sutil, que
fazem passar por preparações, modificações destinadas a obras
que a imaginação humana teria dificuldades em imaginar. Outros
se aplicam às artes, ao estudo do belo sob todas as suas formas.
Espíritos menos evoluídos auxiliam os primeiros em suas tarefas
variadas e lhes servem de auxiliares.
Um grande número de espíritos se consagra aos habitantes
da Terra e dos outros planetas, estimulando-os em suas pesquisas, fortalecendo os ânimos abatidos, guiando os hesitantes pelo caminho do dever. Aqueles que praticaram a medicina e possuem
o segredo dos fluidos curativos, reparadores, ocupam-se mais
especialmente dos doentes

A obra O Céu e o Inferno é comentada
por Emmanuel em 
Justiça Divina
Emmanuel, no livro Justiça Divina, no capítulo Espíritos Transviados, descreve espíritos que podemos colocar na faixa dos "espíritos da terceira ordem", conforme definiu Kardec. Vale lembrar que estas classificações estão mais amplamente estudadas em uma das obras básicas do Espiritismo: O Céu e o Inferno, organizado por Allan Kardec. Aliás, o livro Justiça Divina, psicografado por Chico Xavier, traz comentários sobre itens de O Céu e o Inferno. Abaixo, o comentário feito por Emmanuel, onde ele também ressalta que estamos em processo evolutivo e ninguém fica eternamente longe do bem: 





ESPÍRITOS  TRANSVIADOS 
Reunião pública de 30.10.61 
1ª. Parte, cap. VII, § 22  

Caminham desfalecentes, embuçados na sombra, ainda que o sol resplenda em torno. 
Sonâmbulos das paixões em que se desregravam, são cativos dos seus próprios reflexos 
dominantes. 
Por mais se lhes atraia a atenção para as esferas sublimes, encasulam-se nos interesses inferiores, 
encarcerando na Terra as antenas da alma. 
Aferrolhavam o coração no recinto estreito de burras preciosas e sentem-se, no esquife, como quem 
se refestela em poltrona de ouro. 
Empenhavam as forças, a tiranizarem multidões indefesas, manejando o verbo fácil, e deitam oratória fulgente, no barranco em que se lhes guardam os restos, qual se ocupasse os primeiros lugares em tribuna de honra. 
Aniquilavam recursos, plasmando imagens viciosas, em nome do sentimento, e escrevem ou 
gesticulam, na solidão, supondo transmitir emoções enfermiças a legiões de admiradores 
imaginários. 
Aprisionavam a mente, no egoísmo feroz, e tornam à paisagem doméstica, à maneira de loucos, 
envolvendo os entes queridos em fluidos tentaculares. 
Hipotecavam energias aos prazeres sensuais e choram agressivos, na clausura da cova, disputando 
com os vermes a posse do corpo transformado em ruínas. 
Empregavam as horas, ilaqueando a si mesmos, e vagueiam errantes, hipnotizados por inteligências 
corrompidas com as quais se conjugam em delitos nas trevas. 

*** 
Não acredites, porém, sejam eles doentes sem esperança. 
O Criador não quer escravos na Criação. 
Todos são livres para escolher os nossos caminhos. 
Por isso, quase sempre, em sucessivas reencarnações,
gastamos séculos no mal, a fim de entender o bem. 
E se a Lei te permite conhecer o suplício das consciências transviadas, pra lá do sepulcro,
é para que trabalhes em teu próprio favor. 
Corrige em ti mesmo tudo aquilo que nos censuram outros. 
Clareia-te por dentro. 
Aprimora-te e serve. 
Enquanto no corpo físico, desfrutas o poder de controlar o pensamento, aparentando o que deves 
ser; no entanto, após a morte, eis que a vida é verdade, mostrando-te como és.

Hermínio Miranda, no livro Diálogo com as Sombras, traz um estudo fantástico sobre os trabalhos de desobsessão e suas observações pessoais como doutrinador. O autor analisa não apenas os trabalhos, mas os grupos, o papel de cada integrante e também o trabalho do plano espiritual. Encontrei no trecho abaixo uma boa definição do que poderíamos chamar de espíritos da segunda ordem e, em seguida, da terceira ordem:

Variam muito as categorias de Espíritos que comparecem a um grupo
mediúnico. Vimos aqueles que pertencem às equipes socorristas, dedicados ao
bem, ao trabalho construtivo, à renúncia, ao amor fraterno. Claro que não são,
nem se julgam, seres redimi-dos, à soleira da perfeição. Ainda trazem, como
todos nós, impurezas e imperfeições, a que dão combate sem  tréguas, nas
lutas redentoras em que se empenham, O próprio trabalho a que se dedicam,
de socorro às almas que sofrem dores maiores, é um dos mais  eficazes
instrumentos de auto-resgate. Ninguém precisa, e ninguém deve esperar
perfeição, para servir, porque, então, nunca chegaríamos a fazê-lo.
No anverso da medalha encontramos os Espíritos envolvidos em dolorosos
processos de atordoamento moral. Não nos iludamos com os seus rancores,
sua gritaria, sua violência e agressividade: são terrivelmente infelizes, a
despeito de tudo quanto digam ou façam. A couraça de ódio de que se
revestem não passa de uma defesa desesperada contra a infiltração benéfica
do amor. Temem mais o amor do que o ódio, mas desejam-no acima de tudo
neste mundo. Não buscam, no fundo, outra coisa, senão serem convencidos de
seus erros, para retomarem o caminho evolutivo, abandonado, às vezes, há
séculos ou milênios. E, coisa ainda mais estranha, trazem também amor no
coração, ainda que sepultado em profundas camadas de desesperança e desenganos.

Finalmente, para termos uma ideia do que significa  a primeira ordem, na conceituação de Kardec, selecionei  duas leituras. Uma delas é de Leon Denis, em O Problema do ser..., indicado acima:

A mais bela de todas as missões é a dos espíritos de luz.
Vêm dos espaços celestes para trazer à humanidade os tesouros de sua ciência, de sua sabedoria, de seu amor. Sua tarefa é um sacrifício constante, porque o contato dos mundos materiais
é penoso para eles; porém, encaram todos os sofrimentos por dedicação aos seus protegidos, a fim de assisti-los em suas provas e infiltrarem no coração deles grandes e generosas intui-
ções. É justo atribuir-lhes esses clarões de inspiração que iluminam o pensamento, esses desafogos da alma, essa força moral que nos sustenta nas dificuldades da vida. Se soubéssemos a
quantos constrangimentos esses nobres espíritos se impõem para chegarem até nós, responderíamos melhor às suas solicitações, faríamos esforços enérgicos para nos desligarmos de tudo o que é insignificante e impuro, unindo-nos a eles na comunhão divina.

Em A Caminho da Luz, Emmanuel, com a psicografia de Chico Xavier, define os espíritos puros, grupo do qual Jesus faz parte: faz parte.

A COMUNIDADE DOS ESPÍRITOS PUROS

Rezam as tradições do mundo espiritual que na direção de todos os
fenômenos, do nosso sistema, existe uma Comunidade de Espíritos Puros
e Eleitos pelo Senhor Supremo do Universo, em cujas mãos se conservam
as rédeas diretoras da vida de todas as coletividades planetárias.
Essa Comunidade de seres angélicos e perfeitos, da qual é Jesus
um dos membros divinos, ao que nos foi dado saber, apenas já se reuniu,
nas proximidades da Terra, para a solução de problemas decisivos da
organização e da direção do nosso planeta, por duas vezes no curso dos milênios conhecidos.
A primeira, verificou-se quando o orbe terrestre se desprendia da
nebulosa solar, a fim de que se lançassem, no Tempo e no Espaço, as
balizas do nosso sistema cosmogônico e os pródromos da vida na matéria
em ignição, do planeta, e a segunda, quando se decidia a vinda do Senhor
à face da Terra, trazendo à família humana a lição imortal do seu
Evangelho de amor e redenção.

Para fechar o post de hoje, enumerei algumas frases de Madre Teresa de Calcutá, um exemplo maravilhoso de vida e uma fonte eterna de sabedoria. Espero que essas frases nos ajudem a seguir em frente, em nosso caminho evolutivo - e sem mais tropeços! Nos vemos em breve. Até lá.



Todas as nossas palavras serão inúteis se não brotarem do fundo do coração. As palavras que não dão luz aumentam a escuridão.

Por vezes sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma gota de água no mar. Mas o mar seria menor se lhe faltasse uma gota.



 Quando não conseguir correr através dos anos, trote.
Se não conseguir trotar, caminhe. 
Quando não conseguir caminhar, use uma bengala.
Mas nunca se detenha.



Palavras gentis podem ser curtas e fáceis de falar, mas seus ecos são verdadeiramente infinitos.



Ontem foi embora. Amanhã ainda não veio. Temos somente hoje, comecemos! Qualquer ato de amor, por menor que seja, é um trabalho pela paz.



Não sou nada; sou apenas um instrumento, um pequeno lápis nas mãos do Senhor, com o qual Ele escreve aquilo que deseja. Por mais imperfeitos que sejamos, Ele escreve magnificamente.