domingo, 15 de julho de 2012

Diferentes ordens de espíritos

Parte Segunda: Do Mundo Espírita ou Mundo dos Espíritos - Capítulo 1: Dos Espíritos

É importante lembrar que, mesmo existindo uma série de classificações para os espíritos, todos estamos em processo de evolução. Em O Problema do Ser, do Destino e da Dor, Leon Denis destaca o trabalho dos espíritos que desejam evoluir e que, por isso, podem ser considerados "espíritos da segunda ordem", conforme categorizou Allan Kardec:

Todo espírito que deseja progredir trabalhando na obra de
solidariedade universal recebe dos espíritos mais elevados uma
missão particular, apropriada às suas aptidões e ao seu grau de adiantamento.
Alguns têm por tarefa acolher os espíritos em seu retorno à
vida espiritual, guiá-los, ajudá-los a se desprenderem dos fluidos
espessos que os envolvem; outros são encarregados de consolar,
instruir as almas sofredoras e atrasadas. Espíritos de químicos,
físicos, naturalistas, astrônomos, prosseguem em suas pesquisas, estudam os mundos, suas superfícies, suas profundezas ocultas, atuam em todos os lugares sobre a matéria sutil, que
fazem passar por preparações, modificações destinadas a obras
que a imaginação humana teria dificuldades em imaginar. Outros
se aplicam às artes, ao estudo do belo sob todas as suas formas.
Espíritos menos evoluídos auxiliam os primeiros em suas tarefas
variadas e lhes servem de auxiliares.
Um grande número de espíritos se consagra aos habitantes
da Terra e dos outros planetas, estimulando-os em suas pesquisas, fortalecendo os ânimos abatidos, guiando os hesitantes pelo caminho do dever. Aqueles que praticaram a medicina e possuem
o segredo dos fluidos curativos, reparadores, ocupam-se mais
especialmente dos doentes

A obra O Céu e o Inferno é comentada
por Emmanuel em 
Justiça Divina
Emmanuel, no livro Justiça Divina, no capítulo Espíritos Transviados, descreve espíritos que podemos colocar na faixa dos "espíritos da terceira ordem", conforme definiu Kardec. Vale lembrar que estas classificações estão mais amplamente estudadas em uma das obras básicas do Espiritismo: O Céu e o Inferno, organizado por Allan Kardec. Aliás, o livro Justiça Divina, psicografado por Chico Xavier, traz comentários sobre itens de O Céu e o Inferno. Abaixo, o comentário feito por Emmanuel, onde ele também ressalta que estamos em processo evolutivo e ninguém fica eternamente longe do bem: 





ESPÍRITOS  TRANSVIADOS 
Reunião pública de 30.10.61 
1ª. Parte, cap. VII, § 22  

Caminham desfalecentes, embuçados na sombra, ainda que o sol resplenda em torno. 
Sonâmbulos das paixões em que se desregravam, são cativos dos seus próprios reflexos 
dominantes. 
Por mais se lhes atraia a atenção para as esferas sublimes, encasulam-se nos interesses inferiores, 
encarcerando na Terra as antenas da alma. 
Aferrolhavam o coração no recinto estreito de burras preciosas e sentem-se, no esquife, como quem 
se refestela em poltrona de ouro. 
Empenhavam as forças, a tiranizarem multidões indefesas, manejando o verbo fácil, e deitam oratória fulgente, no barranco em que se lhes guardam os restos, qual se ocupasse os primeiros lugares em tribuna de honra. 
Aniquilavam recursos, plasmando imagens viciosas, em nome do sentimento, e escrevem ou 
gesticulam, na solidão, supondo transmitir emoções enfermiças a legiões de admiradores 
imaginários. 
Aprisionavam a mente, no egoísmo feroz, e tornam à paisagem doméstica, à maneira de loucos, 
envolvendo os entes queridos em fluidos tentaculares. 
Hipotecavam energias aos prazeres sensuais e choram agressivos, na clausura da cova, disputando 
com os vermes a posse do corpo transformado em ruínas. 
Empregavam as horas, ilaqueando a si mesmos, e vagueiam errantes, hipnotizados por inteligências 
corrompidas com as quais se conjugam em delitos nas trevas. 

*** 
Não acredites, porém, sejam eles doentes sem esperança. 
O Criador não quer escravos na Criação. 
Todos são livres para escolher os nossos caminhos. 
Por isso, quase sempre, em sucessivas reencarnações,
gastamos séculos no mal, a fim de entender o bem. 
E se a Lei te permite conhecer o suplício das consciências transviadas, pra lá do sepulcro,
é para que trabalhes em teu próprio favor. 
Corrige em ti mesmo tudo aquilo que nos censuram outros. 
Clareia-te por dentro. 
Aprimora-te e serve. 
Enquanto no corpo físico, desfrutas o poder de controlar o pensamento, aparentando o que deves 
ser; no entanto, após a morte, eis que a vida é verdade, mostrando-te como és.

Hermínio Miranda, no livro Diálogo com as Sombras, traz um estudo fantástico sobre os trabalhos de desobsessão e suas observações pessoais como doutrinador. O autor analisa não apenas os trabalhos, mas os grupos, o papel de cada integrante e também o trabalho do plano espiritual. Encontrei no trecho abaixo uma boa definição do que poderíamos chamar de espíritos da segunda ordem e, em seguida, da terceira ordem:

Variam muito as categorias de Espíritos que comparecem a um grupo
mediúnico. Vimos aqueles que pertencem às equipes socorristas, dedicados ao
bem, ao trabalho construtivo, à renúncia, ao amor fraterno. Claro que não são,
nem se julgam, seres redimi-dos, à soleira da perfeição. Ainda trazem, como
todos nós, impurezas e imperfeições, a que dão combate sem  tréguas, nas
lutas redentoras em que se empenham, O próprio trabalho a que se dedicam,
de socorro às almas que sofrem dores maiores, é um dos mais  eficazes
instrumentos de auto-resgate. Ninguém precisa, e ninguém deve esperar
perfeição, para servir, porque, então, nunca chegaríamos a fazê-lo.
No anverso da medalha encontramos os Espíritos envolvidos em dolorosos
processos de atordoamento moral. Não nos iludamos com os seus rancores,
sua gritaria, sua violência e agressividade: são terrivelmente infelizes, a
despeito de tudo quanto digam ou façam. A couraça de ódio de que se
revestem não passa de uma defesa desesperada contra a infiltração benéfica
do amor. Temem mais o amor do que o ódio, mas desejam-no acima de tudo
neste mundo. Não buscam, no fundo, outra coisa, senão serem convencidos de
seus erros, para retomarem o caminho evolutivo, abandonado, às vezes, há
séculos ou milênios. E, coisa ainda mais estranha, trazem também amor no
coração, ainda que sepultado em profundas camadas de desesperança e desenganos.

Finalmente, para termos uma ideia do que significa  a primeira ordem, na conceituação de Kardec, selecionei  duas leituras. Uma delas é de Leon Denis, em O Problema do ser..., indicado acima:

A mais bela de todas as missões é a dos espíritos de luz.
Vêm dos espaços celestes para trazer à humanidade os tesouros de sua ciência, de sua sabedoria, de seu amor. Sua tarefa é um sacrifício constante, porque o contato dos mundos materiais
é penoso para eles; porém, encaram todos os sofrimentos por dedicação aos seus protegidos, a fim de assisti-los em suas provas e infiltrarem no coração deles grandes e generosas intui-
ções. É justo atribuir-lhes esses clarões de inspiração que iluminam o pensamento, esses desafogos da alma, essa força moral que nos sustenta nas dificuldades da vida. Se soubéssemos a
quantos constrangimentos esses nobres espíritos se impõem para chegarem até nós, responderíamos melhor às suas solicitações, faríamos esforços enérgicos para nos desligarmos de tudo o que é insignificante e impuro, unindo-nos a eles na comunhão divina.

Em A Caminho da Luz, Emmanuel, com a psicografia de Chico Xavier, define os espíritos puros, grupo do qual Jesus faz parte: faz parte.

A COMUNIDADE DOS ESPÍRITOS PUROS

Rezam as tradições do mundo espiritual que na direção de todos os
fenômenos, do nosso sistema, existe uma Comunidade de Espíritos Puros
e Eleitos pelo Senhor Supremo do Universo, em cujas mãos se conservam
as rédeas diretoras da vida de todas as coletividades planetárias.
Essa Comunidade de seres angélicos e perfeitos, da qual é Jesus
um dos membros divinos, ao que nos foi dado saber, apenas já se reuniu,
nas proximidades da Terra, para a solução de problemas decisivos da
organização e da direção do nosso planeta, por duas vezes no curso dos milênios conhecidos.
A primeira, verificou-se quando o orbe terrestre se desprendia da
nebulosa solar, a fim de que se lançassem, no Tempo e no Espaço, as
balizas do nosso sistema cosmogônico e os pródromos da vida na matéria
em ignição, do planeta, e a segunda, quando se decidia a vinda do Senhor
à face da Terra, trazendo à família humana a lição imortal do seu
Evangelho de amor e redenção.

Para fechar o post de hoje, enumerei algumas frases de Madre Teresa de Calcutá, um exemplo maravilhoso de vida e uma fonte eterna de sabedoria. Espero que essas frases nos ajudem a seguir em frente, em nosso caminho evolutivo - e sem mais tropeços! Nos vemos em breve. Até lá.



Todas as nossas palavras serão inúteis se não brotarem do fundo do coração. As palavras que não dão luz aumentam a escuridão.

Por vezes sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma gota de água no mar. Mas o mar seria menor se lhe faltasse uma gota.



 Quando não conseguir correr através dos anos, trote.
Se não conseguir trotar, caminhe. 
Quando não conseguir caminhar, use uma bengala.
Mas nunca se detenha.



Palavras gentis podem ser curtas e fáceis de falar, mas seus ecos são verdadeiramente infinitos.



Ontem foi embora. Amanhã ainda não veio. Temos somente hoje, comecemos! Qualquer ato de amor, por menor que seja, é um trabalho pela paz.



Não sou nada; sou apenas um instrumento, um pequeno lápis nas mãos do Senhor, com o qual Ele escreve aquilo que deseja. Por mais imperfeitos que sejamos, Ele escreve magnificamente.





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