sábado, 5 de outubro de 2013

Sexos nos espíritos

Parte Segunda: Do Mundo Espírita ou Mundo dos Espíritos - Capítulo 4: Da Pluralidade das Existências



Na Revista Espírita, que foi editada por Allan Kardec a partir de 1858 (e até sua morte, em 1869) é uma excelente fonte de informações. Alguns textos publicados nela, podemos encontrar nos livros da codificação. Por isso, gosto de recorrer aos seus volumes para estudar assuntos sérios e importantes do Espiritismo. E neste trabalho de divulgação da Doutrina Espírita, a Federação Espírita Brasileira (FEB) fez um excelente trabalho ao disponibilizar, on line, todos os volumes dessa importante obra (além disso, é possível baixar todas as edições da Revista Espírita, encadernada por ano, já que a edição era mensal). Para acessar, o link é este aqui: http://www.febnet.org.br/blog/geral/pesquisas/downloads-material-completo/

Foi na edição de janeiro de 1866 da Revista Espírita, nas páginas 16 a 18, que encontrei o seguinte comentário, esclarecendo sobre as questões nº 200 e nº 201 de O Livro dos Espíritos:

Os sexos só existem no organismo; são necessários à reprodução dos seres materiais. Mas os Espíritos, sendo criação de Deus, não se reproduzem uns pelos outros, razão pela qual os sexos seriam inúteis no mundo espiritual. 

Os Espíritos progridem pelos trabalhos que realizam e pelas provas que devem sofrer, como o operário se aperfeiçoa em sua arte pelo trabalho que faz. Essas provas e esses trabalhos variam conforme sua posição social. Devendo os Espíritos progredir em tudo e adquirir todos os conhecimentos, cada um é chamado a concorrer aos diversos trabalhos e a sujeitar-se aos diferentes gêneros de provas. É por isso que, alternadamente, nascem ricos ou pobres, senhores ou servos, operários do pensamento ou da matéria.
[...]
É com o mesmo objetivo que os Espíritos se encarnam nos diferentes sexos; aquele que foi homem poderá renascer mulher, e aquele que foi mulher poderá nascer homem, a fim de realizar os deveres de cada uma dessas posições, e sofrer-lhes as provas.
[...]
Sofrendo o Espírito encarnado a influência do organismo, seu caráter se modifica conforme as circunstâncias e se dobra às necessidades e exigências que lhe impõe esse mesmo organismo. Esta influência não se apaga imediatamente após a destruição do envoltório material, assim como não perde instantaneamente os gostos e hábitos terrenos. Depois, pode acontecer que o Espírito percorra uma série de existências no mesmo sexo, o que faz que, durante muito tempo, possa conservar, no estado de Espírito, o caráter de homem ou de mulher, cuja
marca nele ficou impressa. Somente quando chegado a um certo grau de adiantamento e de desmaterialização é que a influência da matéria se apaga completamente e, com ela, o caráter dos sexos. Os que se nos apresentam como homens ou como mulheres, é para
nos lembrar a existência em que os conhecemos.

Se essa influência se repercute da vida corporal à vida espiritual, o mesmo se dá quando o Espírito passa da vida espiritual à vida corporal. Numa nova encarnação ele trará o caráter e as
inclinações que tinha como Espírito; se for avançado, será um homem avançado; se for atrasado, será um homem atrasado. Mudando de sexo, sob essa impressão e em sua nova encarnação, poderá conservar os gostos, as inclinações e o caráter inerentes ao sexo que acaba de deixar. Assim se explicam certas anomalias aparentes que se notam no caráter de certos homens e de certas mulheres.

Não existe, pois, diferença entre o homem e a mulher, senão no organismo material, que se aniquila com a morte do corpo; mas quanto ao Espírito, à alma, ao ser essencial, imperecível,
ela não existe, porque não há duas espécies de almas. Assim o quis Deus em sua justiça, para todas as suas criaturas. Dando a todas um mesmo princípio, fundou a verdadeira igualdade. A d desigualdade só existe temporariamente no grau de adiantamento; mas todas têm direito ao mesmo destino, ao qual cada uma chega por seu trabalho, porque Deus não favoreceu ninguém à custa dos outros.

Sobre estas mesmas questões, deixo também um outro comentário publicado na Revista Espírita, desta vez, na edição de junho de 1862. Como o artigo é dividido em 3 partes (e a questão de nosso estudo foi publicada na terceira parte) vou apenas resumir que este trecho faz parte de um artigo que conta o falecimento de um membro da Sociedade Espírita de Paris, o Sr. Sanson, e sua posterior comunicação espiritual com o grupo. Esta parte que coloco abaixo foi publicado na edição de junho, nas páginas 244 e 245. Mas o início da história está publicada na edição de maio de 1862, na página 183, e recomendo a leitura.

Conversas Familiares de Além-Túmulo
SR. SANSON
(Sociedade Espírita de Paris, 25 de abril de 1862. Médium: Sr. Leymarie.
Terceira conversa (p. 244-245)

11. Os Espíritos não têm sexo. Entretanto, como há
poucos dias éreis homem, no vosso novo estado tendes de
preferência a natureza masculina que a feminina? Dá-se o mesmo com um Espírito que tivesse deixado o corpo há muito tempo?
Resp. – Não nos prendemos à natureza masculina ou
feminina: os Espíritos não se reproduzem. Deus os criou por sua vontade e se, na sua visão maravilhosa, quis que os Espíritos reencarnassem na Terra, teve de estabelecer a reprodução das espécies para o macho e a fêmea. Mas pressentis, sem que haja necessidade de nenhuma explicação, que os Espíritos não podem ter sexo.
Observação – Sempre foi dito que os Espíritos não têm
sexo; os sexos só são necessários para a reprodução dos corpos; como os Espíritos não se reproduzem, o sexo seria inútil para eles. Nossa pergunta não visava constatar o fato, mas, por causa da morte muito recente do Sr. Sanson, queríamos saber se lhe restava uma impressão de seu estado terreno. Os Espíritos depurados se dão conta perfeitamente de sua natureza; mas entre os Espíritos inferiores, não desmaterializados, muitos ainda se julgam como eram na Terra, conservando as mesmas paixões e os mesmos desejos. Estes ainda se crêem homens ou mulheres e por isso alguns disseram que os Espíritos têm sexo. É assim que certas contradições provêm do estado mais ou menos adiantado dos Espíritos que se comunicam; o erro não é dos Espíritos, mas daqueles que os interrogam e não se dão ao trabalho de aprofundar a questão.

Em um dos livros da coleção de André Luiz, o Evolução em dois mundos, psicografado por Chico Xavier e Waldo Vieira, encontramos no capítulo 24 algumas indicações sobre o tema em questão, conforme o trecho abaixo:

Linhas morfológicas dos desencarnados 

 - A que diretrizes obedecem as entidades desencarnadas para se apresentarem morfologicamente? 

 - As linhas morfológicas das entidades desencarnadas, no conjunto social a que se integram, são comumente aquelas que trouxeram do mundo, a evoluírem, contudo, constantemente para melhor apresentação, toda vez que esse conjunto social se demore em esfera de sentimentos elevados. 

A forma individual em si obedece ao reflexo mental dominante, notadamente no que se reporta ao sexo, mantendo-se a criatura com os distintivos psicossomáticos de homem ou de mulher, segundo a vida íntima, através da qual se mostra com qualidades espirituais acentuadamente ativas ou passivas. 
[...]
Ainda assim, releva observar que se o progresso mental não é positivamente acentuado, mantém a personalidade desencarnada, nos planos inferiores, por tempo indefinível, a plástica que lhe era própria entre os homens. E, nos planos relativamente superiores, sofre processos de metamorfose, mais lentos ou mais rápidos, conforme as suas disposições íntimas. 
Pedro Leopoldo, 27/4/58





Também gostaria de deixar indicada uma leitura importante, para ajudarmos a compreender a questão 202 e o comentário registrado por Kardec, que citam a possibilidade de um espírito renascer como homem em uma existência e numa posterior voltar como mulher (ou vice-versa). O pesquisador espírita Hernani Guimarães Andrade, em seus estudos sobre reencarnação, registrou fatos assim ocorridos. No livro Reencarnação no Brasil (clicando aqui, o download do livro começa automaticamente), foram registrados dois: O Caso Jacira & Ronaldo (Cap II) e O Caso Dráusio & Maria Aparecida (Cap VI).







Para encerrar, encontrei um vídeo bem curtinho em que o Alberto Almeida (palestrante espírita do qual gosto muito) fala sobre estas questões que tratamos no post de hoje. 


Por hoje é só... nos vemos em breve!



quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Sorte das crianças depois da morte

Parte Segunda: Do Mundo Espírita ou Mundo dos Espíritos - Capítulo 4: Da Pluralidade das Existências


Um dos casos mais completos que já li, abordando os temas desencarnação de crianças e leis de Causa e Efeito, está no livro Entre a Terra e o Céu, de autoria espiritual de André Luiz, com o médium Chico Xavier. Escolhi apenas dois trechos que exemplificam o nosso estudo de hoje de O Livro dos Espíritos. O primeiro deles mostra um local para onde são encaminhados os espíritos que deixaram o planeta ainda crianças, além da situação difícil de um dos personagens do livro:



O firmamento parecia responder às sugestões da palestra admirável. 
Bandos de aves mansas pousavam na ramaria que brilhava não longe de nós. 
O Sol apresentava perceptíveis raios diferentes, até agora desconhecidos à apreciação comum na Terra, provocando indefiníveis combinações de cor e luz. 
Por abençoada e colorida colmeia de amor, harmonioso casario surgiu ao nosso olhar. 
Centenas de gárrulas crianças brincavam entre fontes e flores de maravilhoso jardim. 



Clarêncio movimentou a destra, indicando-nos o quadro sublime a desdobrar-se sob a nossa vista. 

Doce melodia que enorme conjunto de meninos acompanhava, cantando um hino delicado de exaltação do amor materno, vibrava no ar. Aqui e ali, sob tufos de vegetação verde-clara, muitas senhoras sustentavam lindas crianças nos braços.

— É o Lar da Bênção — informou o instrutor, satisfeito. — Nesta hora, muitas irmãs da Terra chegam em visita a filhinhos desencarnados. Temos aqui importante colônia educativa, misto de escola de mães e domicílio dos pequeninos que regressam da esfera carnal. 

O Ministro, porém, interrompeu-se, de improviso. Nossas companheiras pareciam agora tomadas de jubilosa aflição. Vimo-las desgarrar, de inopino, qual se fossem atraídas por forças irresistíveis, precipitando-se para os anjinhos que cantarolavam alegremente. 
Enquanto a que nos era menos conhecida enlaçava louro petiz, com infinito contentamento a expressar-se em lágrimas, dona Antonina abraçou um pequeno de formoso semblante, gritando, feliz: 

— Marcos! Marcos!... 
— Mãezinha! Mãezinha!... — respondeu a criança, colando-se-lhe ao peito. 

Clarêncio fez sinal para as irmãs vigilantes, que se responsabilizavam pelos entretenimentos no parque, como a solicitar-lhes proteção e carinho para as nossas associadas de excursão, e disse-nos, em seguida: 

— O pequeno Júlio não se encontra no grupo. Ainda sofre anormalidades que lhe não permitem o convívio com as crianças felizes. Acha-se no lar da irmã Blandina. Rumemos para lá. 
Em poucos minutos, chegávamos diante de pequenino castelo muito alvo, em que se destacavam as ogivas azuis, coroadas de trepadeiras em flor. Atravessamos extenso jardim, embalsamado de aroma. Rosas opalinas, ignoradas na Terra, de mistura com outras flores, desabrochavam profusamente. 

A irmã Blandina recebeu-nos sorridente, apresentando-nos uma senhora simpática que lhe fora avozinha no mundo. Mariana, nossa nova amiga, cumprimentou-nos, bondosa. Findas as saudações usuais, Clarêncio tocou, direto, no assunto. Desejávamos avistar o pequeno Júlio, que havia desencarnado por afogamento. Blandina, que em plena juvenilidade trazia nos olhos os característicos de sublime madureza de espírito, respondeu gentilmente: 

— Ah! com muito prazer! 

E, encaminhando-nos a iluminada peça, ornamentada de róseos enfeites, onde um menino repousava
num leito muito branco, explicou, sem afetação: 

— Nosso Júlio, até hoje, ainda não se refez completamente. Ainda grita sob pesadelos inquietantes, como se estivesse a sofrer sob as águas. Chama pelo pai constantemente, apesar de parecer mais receptivo ao nosso carinho. Insiste pela volta a casa, todos os dias. 

Acercamo-nos do berço largo em que descansava. O menino lançou-nos um olhar de atormentada desconfiança, mas, contido pela ternura da irmã que o assistia, permaneceu mudo e impassível. 
— Ainda não se mostrou em condições de partilhar os estudos com os outros? — perguntou o Ministro, interessado. 

— Não — informou a interpelada, solícita —, aliás, os nossos benfeitores Augusto e Cornélio, que nos amparam frequentemente, são de parecer que ele não conseguirá adquirir aqui qualquer melhora real, antes da reencarnação que o aguarda. Traz a mente desorganizada por longa indisciplina.
(Entre a Terra e o Céu, pág. 70 a 73. Edição FEB, 2005)

A seguir, são prestados alguns esclarecimentos sobre as leis de Causa e Efeito, a que todos nós estamos sujeitos:

— Antigamente, na Terra, conforme a teologia clássica, supúnhamos que os inocentes, depois da morte, permaneciam recolhidos ao descanso do limbo, sem a glória do Céu e sem o tormento do inferno, e, nos últimos tempos, com as novas concepções do Espiritualismo, acreditávamos que o menino desencarnado retomasse, de imediato, a sua personalidade de adulto... 

- Em muitas situações, é o que acontece —esclareceu Blandina, afetuosa —; quando o Espírito já alcançou elevada classe evolutiva, assumindo o comando mental de si mesmo, adquire o poder de facilmente desprender-se das imposições da forma, superando as dificuldades da desencarnação prematura. Conhecemos grandes almas que renasceram na Terra por brevíssimo prazo, simplesmente com o objetivo de acordar corações queridos para a aquisição de valores morais, recobrando, logo após o serviço levado a efeito, a respectiva apresentação que lhes era costumeira.
 Contudo, para a grande maioria das crianças que desencarnam, o caminho não é o mesmo. Almas ainda encarceradas no automatismo inconsciente, acham-se relativamente longe do auto-governo. Jazem conduzidas pela Natureza, à maneira das criancinhas no colo maternal. Não sabem desatar os laços que as aprisionam aos rígidos princípios que orientam o mundo das formas e, por isso, exigem tempo para se renovarem no justo desenvolvimento. É por esse motivo que não podemos prescindir dos períodos de recuperação para quem se afasta do veículo físico, na fase infantil, de vez que, depois do conflito biológico da reencarnação ou da desencarnação, para quantos se acham nos primeiros degraus da conquista de poder mental, o tempo deve funcionar como elemento indispensável de restauração. E a variação desse tempo dependerá da aplicação pessoal do aprendiz à aquisição de luz interior, através do próprio aperfeiçoamento moral. 



Encantávamos as exposições claras e simples de nossa interlocutora, cuja palavra tangia com tanta felicidade graves problemas da vida.

Em suas fórmulas verbais singelas e acessíveis, penetrávamos inquietantes enigmas da puericultura.


Blandina sabia associar a compreensão e a graça, instruindo-nos com 
discernimento.

Comovido, diante das anotações que lhe definiam a valiosa posição cultural, ponderei: 



— Usando semelhantes apontamentos, podemos entender com mais segurança, os processos dolorosos das enfermidades congênitas e das moléstias insidiosas que assaltam a meninice no mundo. Sempre fui possuído de aflitivo assombro, à frente
do mongolismo e da epilepsia, da encefalite letárgica e da meningite, da lepra e do câncer, na tenra organização infantil...

— E que dizer dos desastres irremediáveis —considerou Hilário, com emoção —, dos desastres que arrebatam adoráveis flores do lar, deixando inconsoláveis pais e mães? Por vezes numerosas, procurei resposta às terríveis inquirições que nos atormentam, perante corpinhos dilacerados, nos hospitais de sangue, sem conseguir ausentar-me do escuro labirinto. 

— Sim — esclareceu a enfermeira, bondosa -, as reparações nos martirizam na carne, mas, sem elas, não atingiríamos o próprio reajustamento. 



— Cada qual de nós renasce na Terra — apreciou o Ministro — a exprimir na matéria densa o patrimônio de bens ou males que incorporamos aos tecidos sutis da alma. A patogenia, na essência, envolve estudos que remontam ao corpo espiritual, para que não seja um quadro de conclusões falhas ou de todo 
irreais. Voltando à Terra, atraímos os acontecimentos agradáveis ou desagradáveis, segundo os títulos de trabalho que já conquistamos ou conforme as nossas necessidades de redenção.

Bem humorado, acentuou: 
— A carne, de certo modo, em muitas circunstâncias não é apenas um vaso divino para o crescimento de nossas potencialidades, mas também uma espécie de carvão milagroso, absorvendo-nos os tóxicos e resíduos de sombra que trazemos no corpo substancial.

(Entre a Terra e o Céu, pág. 83 a 86. Edição FEB, 2005)

O escritor espírita Richard Simonetti, em artigo da revista Reformador, de Agosto de 2009, intitulado Mortes Prematuras, também comenta sobre o livro Entre a Terra e o Céu:




Apesar de usar o mesmo título (Mortes prematuras), o artigo abaixo, de Altamir Cunha - também publicado na revista Reformador, mas em novembro de 2005 - faz comentários específicos sobre a questão 199, de O Livro dos Espíritos (o texto está em duas partes... não consegui juntar!)


Continua abaixo:

Para encerrar, achei uma mensagem que me fez pensar no que estamos estando. Não no sentido das crianças no plano espiritual, mas as que renascem. Na verdade é uma mensagem para pais ou responsáveis pela educação das crianças. Afinal, devemos lembrar que são espíritos imortais, que precisam da nossa ajuda para errar menos e acertar mais! 


Espero que seja motivo de reflexão e aprendizado, assim como foi para mim. Até a próxima!




segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Transmigrações progressivas

Parte Segunda: Do Mundo Espírita ou Mundo dos Espíritos - Capítulo 4: Da Pluralidade das Existências


Dois autores clássicos da Doutrina Espírita, Leon Denis (em Depois da Morte e em O Problema do Ser, do Destino e da Dor) e Gabriel Delanne (em A Evolução Anímica) descrevem o processo de evolução da Vida (não só da humanidade) no planeta Terra. Em A Evolução Anímica é mostrado, com mais ênfase, a evolução espiritual dos homens, onde o autor comenta o comportamento de tribos selvagens e as características morais e de inteligência que os humanoides vão adquirindo no decorrer da evolução (como a curiosidade, o amor fraternal e maternal, a linguagem, o sentimento estético). 

Mas escolhi um trecho do livro Depois da Morte, do Leon Denis, que está no capítulo Pluralidade das Existências para ilustrar os estudos deste trecho de O Livros dos Espíritos:



Uma cadeia ascendente e continua liga todas as criações, o mineral ao vegetal, o vegetal ao animal, e este ao ente humano. Liga-os duplamente, ao material como ao espiritual. Não sendo a vida mais que uma manifestação do espírito, traduzida pelo movimento, essas duas formas de evolução são paralelas e solidárias. A alma elabora-se no seio dos organismos rudimentares.


Cada uma das existências terrestres mais não é que um episódio da vida imortal. Alma nenhuma poderia em tão pouco tempo despir-se de todos os vícios, de todos os erros, de todos os apetites vulgares, que são outros tantos vestígios das suas vidas desaparecidas, outras tantas provas da sua origem. 






Calculando o tempo que foi preciso à Humanidade, desde a sua aparição no globo, para chegar ao estado da civilização, compreenderemos que, para realizar os seus destinos, para subir de claridades em claridades até ao absoluto, até ao divino, a alma necessita de períodos sem limites, de vidas 
sempre novas, sempre renascentes.





Que pensar de um Deus que, estabelecendo uma só vida corporal, nos houvesse dotado tão desigualmente, e, do selvagem ao civilizado, tivesse reservado aos homens bens tão desproporcionados e tão diferente nível moral? Se não fosse a lei das reencarnações, a iniqüidade governaria o mundo.





Através da sucessão dos tempos, na superfície de milhares de mundos, as nossas existências desenrolam-Se, passam, renovam-se, e, em cada uma delas, desaparece um pouco do mal que está em nós; as nossas almas fortificam-se, depuram-se, penetram mais intimamente nos caminhos sagrados, até que, livres das encarnações dolorosas, tenham adquirido, por seus méritos, acesso aos círculos superiores, onde eternamente irradiarão em beleza, sabedoria, poder e amor! 






E esse processo, como a própria Natureza, não dá saltos. Leon Denis, em O Problema do Ser, do Destino e da Dor, ainda enfatiza essa verdade em dois momentos, no capítulo As vidas sucessivas. A reencarnação e suas leis:

A evolução do ser indica um plano e um fim. Esse fim, que é a perfeição, não pode realizar-se em uma única existência, por mais longa que seja. Devemos ver na pluralidade das vidas da alma a condição necessária de sua educação e de seus progressos. É à custa dos próprios esforços, de suas lutas, de seus sofrimentos, que ela se redime de seu estado de ignorância e de inferioridade e se eleva, de degrau a degrau, primeiramente na Terra e, em seguida, através das inumeráveis estâncias do céu estrelado.
[...]
Cada um leva para a outra vida e traz, ao nascer, a semente do passado. Essa semente há de espalhar seus frutos, conforme a sua natureza, ou para nossa felicidade ou para nossa desgraça, na nova vida que começa e até sobre as seguintes, se uma só existência não bastar para desfazer as conseqüências más de nossas vidas passadas. Ao mesmo tempo, os nossos atos cotidianos, fontes de novos efeitos, vêm juntar-se às causas antigas, atenuando-as ou agravando-as e formam com elas um encadeamento de bens ou de males que, no seu conjunto, urdirão a teia do nosso destino.
[...]
Nem todas as almas têm a mesma idade, nem todas subiram com o mesmo passo seus estádios evolutivos. Umas percorreram uma carreira imensa e aproximaram-se já do apogeu dos progressos terrestres; outras mal começam o seu ciclo de evolução no seio das humanidades. Estas são as almas jovens, emanadas a menos tempo do Foco Eterno, foco inextinguível que despede sem cessar feixes de Inteligências que descem aos mundos da matéria para animarem as formas rudimentares da vida. Chegadas à humanidade, tomarão lugar entre os povos selvagens ou entre as raças bárbaras que povoam os continentes atrasados, as regiões deserdadas do Globo. E, quando, afinal, penetram em nossas civilizações, ainda facilmente se deixam reconhecer pela falta de desembaraço, de jeito, pela
sua incapacidade para todas as coisas e, principalmente, pelas suas paixões violentas, pelos seus gostos sanguinários, às vezes até pela sua ferocidade; mas, essas almas ainda não desenvolvidas subirão por sua vez a escala das graduações infinitas por meio de reencarnações inúmeras.

No livro Filosofia Espírita - vol. IV, em que o espírito Miramez dita ao médium João Nunes Maia comentários sobre todas as perguntas de O Livro dos Espíritos, encontramos esclarecimentos sobre como o homem prepara seu futuro pelas ações que realiza no presente. (Atenção, pessoal, encontrei este livro para download, disponível aqui)

O Espírito não regride; ele sempre avança para frente e para o alto. O que pode
acontecer é a alma descer socialmente; regressão material é escola para o Espírito; no
entanto, o que aprendemos nunca mais esquecemos, pois, significa despertamento. Os valores
espirituais adquiridos irradiam sempre em todas as reencarnações.
O que por vezes acontece, é que o Espírito em boas condições intelectuais pode voltar
à Terra em outra vida física, sem condições de se expressar, o que, contudo, não significa
regressão. O que ele sabe, está registrado para a eternidade. Ser-nos-á de grande valor
conhecermos o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, e mediante o conhecimento,
esforçamo-nos para praticá-lo, mesmo que seja na gradação que a vida nos apresenta, porque
nesse esforço constante nascerá em nós uma luz que nunca se apagará, capaz de nos trazer
para o coração momentos de paz e de alegria, a nos dizer que existe a felicidade.
(capítulo Subir e Crescer)

O Espírito de um homem de bem, jamais volta à Terra animando o corpo de um
celerado. Não há condições de um Espírito retroceder em seus sentimentos; ele sempre
avança, esta é a lei do progresso, que é força de Deus. No entanto, a alma de um celerado em
uma reencarnação, pode, em outra, voltar animando o corpo de um homem regenerado; basta
arrepender-se e continuar se esforçando, para não cair em faltas novamente.
(capítulo Nunca Degenerar)

Quando alguém deseja deixar para outra oportunidade, ou para depois da
desencarnação, o seu aperfeiçoamento moral, isso mostra falta de maturidade. Essa pessoa
ainda dorme e não quer acordar, porém, o Senhor tem os recursos para fazê-lo despertar,que,
geralmente, são dolorosos. Todavia, essa é a vida, e quem a criou sabia de todos esses
detalhes de aprimoramento dos Espíritos. A alegria de todos é que há sempre uma esperança
para todas as criaturas de Deus.
(capítulo Antes e Agora)

A questão 196, de O Livro dos Espíritos, que trata sobre a necessidade da vida terrena para atingir a perfeição, é comentada também por Emmanuel, no livro Religião dos Espíritos, com psicografia de Chico Xavier:



4

Para encerrar nosso estudo de hoje, quero dividir com vocês esta outra mensagem do Emmanuel, que está no livro Fonte Viva, mas que encontrei na Internet, em formato de uma linda apresentação. Renovemo-nos dia a dia tem tudo a ver com o que vimos nesse intertítulo de O Livro dos Espíritos.


Espero que todos tenham aproveitado estas leituras, assim como eu aproveitei! Uma ótima semana a todos e até o próximo post!



domingo, 21 de julho de 2013

Encarnação nos diferentes mundos

Parte Segunda: Do Mundo Espírita ou Mundo dos Espíritos - Capítulo 4: Da Pluralidade das Existências

Allan Kardec registrou uma excelente explicação sobre os diferentes mundos habitados e seu grau de perfectibilidade na edição de março de 1858 da Revista Espírita, no artigo Júpiter e alguns outros Mundos.

O robô Curiosity (Nasa) chegou na superfície de Marte,
em agosto de 2012 e foram feitas fotografias de várias
áreas. Ele 
descobriu mais indícios da existência
de água no planeta vermelho (veja texto completo aqui)

Segundo os Espíritos, o planeta Marte seria ainda menos adiantado que a Terra. Os Espíritos ali encarnados parecem pertencer quase que exclusivamente à nona classe, a dos Espíritos impuros, de sorte que o primeiro quadro, que demos acima, seria a imagem desse mundo. Vários outros pequenos globos estão, com alguns matizes, na mesma categoria.

A Terra viria em seguida; a maioria de seus habitantes pertence incontestavelmente a todas as classes da terceira ordem, e uma parte bem menor às últimas classes da segunda ordem. Os Espíritos superiores, os da segunda e da terceira classes, aqui cumprem, algumas vezes, missões de civilização e de progresso, mas constituem exceções.

Mercúrio e Saturno vêm depois da Terra. A superioridade numérica dos Espíritos bons dá-lhes preponderância sobre os Espíritos inferiores, do que resulta uma ordem social mais perfeita, relações menos egoístas e, conseqüentemente, condições de existência mais felizes. [...]










[...] De todos os planetas, o mais  adiantado sob todos os aspectos é Júpiter. É o reino exclusivo do bem e da justiça, porquanto só tem Espíritos bons. Pode fazer-se uma idéia do estado feliz de seus habitantes pelo quadro que demos de um mundo habitado apenas por Espíritos da segunda ordem. A superioridade de Júpiter não está  somente no estado moral de seus habitantes; está também na sua constituição física. Eis a descrição que nos foi dada desse mundo privilegiado, onde encontramos a maior parte dos homens de bem que honraram nossa Terra por suas  virtudes e talentos.


A conformação do corpo é mais ou menos a mesma daqui, porém é menos material, menos denso e de uma maior leveza específica. Enquanto rastejamos penosamente na Terra, o habitante de Júpiter transporta-se de um a outro lugar, deslizando sobre a superfície do solo, quase sem fadiga, como o pássaro no ar ou o peixe na água. Sendo mais depurada a matéria de que é formado o corpo, dispersa-se após a morte sem ser submetida à decomposição pútrida. Ali não se conhece a maioria as moléstias que nos afligem, sobretudo as que se originam dos excessos de todo gênero e a devastação das paixões. A alimentação está em relação com essa organização etérea; não seria suficientemente substancial para os nossos estômagos grosseiros, sendo a nossa por demais pesada para eles;  compõe-se de frutos e plantas; de alguma sorte, aliás, a maior parte eles a haurem no meio  ambiente, cujas emanações nutritivas aspiram. A duração da vida é, proporcionalmente, muito maior que na Terra; a média eqüivale a cerca de cinco dos nossos séculos; o desenvolvimento é  também muito mais rápido e a infância dura apenas alguns de nossos meses. 


Na edição de agosto de 1862 da Revista Espírita, Allan Kardec publica o ditado espontâneo do espírito Georges, sobre o planeta Vênus. Depois de breve dissertação, Kardec faz algumas perguntas a este espírito e destaco algumas, que podem ilustrar/esclarecer o tema aqui estudado:

Este planeta azul todos nós conhecemos!
2. Os habitantes da Terra podem lá encarnar diretamente, ao saírem daqui?
Resp. – Deixando a Terra os seres mais adiantados passam por uma erraticidade mais ou menos prolongada, que os despoja dos laços carnais, imperfeitamente rotos pela morte.
Observação – A questão não era saber se os habitantes da Terra podem lá se encarnar imediatamente depois da morte, mas diretamente, isto é, sem passar por mundos intermediários. Ele
respondeu que isso é possível aos mais adiantados.

7. Os seus habitantes estão todos no mesmo nível ou, como sucede na Terra, uns são mais adiantados que outros? Neste caso, a quais habitantes da Terra correspondem os menos adiantados?
Resp. – A mesma desigualdade proporcional existe entre os habitantes de Vênus, como entre os seres terrestres. Os menos adiantados são as estrelas do mundo terreno, isto é, os vossos gênios e os vossos homens virtuosos.


A superfície de Vênus está perpetuamente coberta por um véu
de nuvens espessas e permanece escondida até mesmo aos mais
poderosos telescópios terráqueos. Mas em 1990, a sonda espacial 
Magellan, na órbita de Vênus, foi capaz de produzir imagens em
alta resolução da superfície do planeta
9. Vênus chegou gradualmente ao estado em que se encontra? Passou anteriormente pelo estado em que se acha a Terra e mesmo Marte?
Resp. – Reina uma unidade admirável no conjunto da obra divina. Como os indivíduos, como tudo o que é criado, animais e plantas, os planetas progridem inevitavelmente. A vida, nas suas variadas expressões, é uma perpétua ascensão para o Criador, desenvolvendo, numa imensa espiral, os graus de sua eternidade.

10. Tivemos comunicações concordantes sobre Júpiter, Marte e Vênus. Por que sobre a Lua só tivemos coisas contraditórias e que não permitiram fixar uma opinião?
Resp. – Essa lacuna será preenchida e em breve tereis sobre a Lua revelações tão claras e precisas quanto as obtidas sobre os outros planetas. Se ainda não vos foram dadas, mais tarde compreendereis a razão.
Observação – Por certo esta descrição de Vênus não tem nenhum dos caracteres de autenticidade absoluta; assim, só a damos a título hipotético. Todavia, o que já foi dito sobre esse mundo lhe dá, pelo menos, um certo grau de probabilidade e, seja como for, não deixa de ser o quadro de um mundo que necessariamente deve existir para todo homem que não tenha a orgulhosa pretensão de crer que a Terra seja o apogeu da perfeição humana; é um elo na escala dos mundos e um grau acessível aos que não se sentem com forças para ir diretamente a Júpiter.

Leon Denis, em O problema do ser, do destino e da dor, explica, mais detalhadamente que o nascimento em determinados mundos depende de uma série de fatores. Destaquei uma das frases em negrito porque essa pode ser a resposta para aquela velha pergunta: "Se os outros mundos são habitados, como Júpiter, por exemplo, por que não somos capazes de ver seus habitantes, já que nossa tecnologia está tão adiantada?" É uma boa questão... talvez não possamos vê-los porque seus corpos são tão sutilizados como nossos perispíritos. Questão para meditarmos e pesquisarmos.

A passagem das almas terrestres para outros mundos só pode ser efetuada sob o regime de certas leis. Os globos que povoam a extensão diferem entre si por sua natureza e densidade. A adaptação dos invólucros fluídicos das almas a esses meios novos somente é realizável em condições especiais de purificação. É impossível aos Espíritos inferiores, na vida errática, penetrarem nos mundos elevados e lhes descreverem as belezas aos nossos médiuns. Encontra-se a mesma dificuldade, maior ainda, quando se trata da reencarnação nesses mundos. As sociedades que os habitam, por seu estado de superioridade, são inacessíveis à imensa maioria dos Espíritos terrestres, ainda demasiadamente grosseiros, em insuficiente grau de elevação. Os sentimentos psíquicos dos últimos, mui pouco apurados, não lhes permitiriam viver da vida sutil que reina nessas esferas longínquas. Achar-se-iam lá como cegos na claridade ou surdos num concerto. A atração que lhes encadeia os corpos fluídicos ao planeta prende-lhes, do mesmo modo, o pensamento e a consciência às coisas 
inferiores. Seus desejos, seus apetites, seus ódios, até mesmo seu amor, fazem-nos voltar a este mundo e ligam-nos ao objeto da sua paixão.

É necessário aprendermos primeiramente a desatar os laços que nos amarram à Terra, para depois levantarmos o vôo em direção a mundos mais elevados. Arrancar as almas terrestres ao seu meio, antes do termo da evolução especial a esse meio, fazê-las transmigrar para esferas superiores, antes de terem realizado os progressos necessários, seria desarrazoado e imprudente. A Natureza não procede assim; sua obra desenrola-se majestosa, harmônica em todas as suas fases. Os seres, cuja ascensão suas leis dirigem, não deixam o campo de ação senão depois de terem adquirido virtudes e potências capazes de lhes darem entrada num domínio mais elevado da vida universal.

Faz tempo que não cito o espírito Miramez... por isso segue o comentário lúcido desse espírito, psicografado por João Nunes Maia. O tema gira em torno da questão 178 de O Livro dos Espíritos, sobre a reencarnação de espíritos evoluídos em mundos mais atrasados, e a mensagem foi retirada do livro Filosofia Espírita, volume IV:

CAPÍTULO 25
MUNDOS INFERIORES

A Nasa divulgou images da Terra, feitas de Saturno, pela sonda
Cassini, que orbita ao redor de Saturno (Julho de 2013).
O nosso planeta é o ponto mais brilhante na imagem acima,
perto do centro, e a Lua é vista do lado esquerdo inferior.
A câmera estava a quase 1,5 bilhão de quilômetros da Terra.
Os Espíritos que já viveram em mundos superiores e dali saíram com glórias, podem voltar a mundos menos elevados que o seu com missão de transmitir suas experiências, através da arte dos exemplos, com finalidade precípua de ajudar aos que se encontram na retaguarda. Podem ainda voltar a mundos inferiores por provas, se não assimilaram, em sua plenitude, as lições ali ministradas. Há, pois, uma variação de posições em todos os campos de vida, nos mostrando em todas elas o amor de Deus para com todos os Seus filhos.

Os mundos inferiores estão sob as leis de proteção, que atuam em conformidade com os esforços dos que ali vivem. O progresso é lei de Deus em todos os mundos, em toda a criação. Os Espíritos não regridem, como muitos pensam, e dentro de uma grandeza de tempo, o próprio estacionamento do Espírito é ilusório, pois ainda que queiramos, a própria matéria não para a sua evolução. A evolução se torna tão lenta que nos dá uma impressão de inércia, mas não há imobilidade dentro do progresso universal.

A cada momento, nós aceleramos o nosso despertamento até sentirmos a consciência de que cada qual tem a tarefa em seu próprio proveito. A nossa parte, haveremos de fazê-la, e, ainda, poderemos ajudar alguém a abrir os olhos, no contexto das leis que nos ajudam a despertar.

Se o Espírito se encontra em um mundo inferior, deve esforçar-se para melhorá-lo; mesmo sendo pequeno o seu trabalho, juntando-o com os esforços dos outros, avolumar-se-ão os cambiantes do progresso, muito podemos fazer para a criação do bem em todas as tarefas dos homens. Para tanto, Jesus nos deixou, por misericórdia, o Evangelho e, ainda mais, envia de vez em quando missionários do Seu convívio espiritual, capazes de nos transmitir exemplos dignificantes rumo às nossas necessidades.

O Evangelho já se encontra na Terra há quase dois mil anos, é divulgado incessantemente por todas as vias de comunicação e aparece aos mesmos homens por diversas formas, lembrando seu Ideador Cósmico. O que dizer diante de toda essa assistência espiritual? Estamos sendo agraciados, e não devemos recusar essa grande proteção, essa força que liberta, dando entendimento para todos se aproximarem da perfeição pelos próprios esforços, como sendo conquista dos valores imortais.

Tempestade polar em Saturno - em imagem não editada - foi registrada pela
sonda Cassini em novembro de 2012, quando o fenômeno foi identificado. 
O turbilhão  é  mais forte que na Terra, com ventos em sua borda exterior chegando 
aos 530 quilômetros por hora
Na linguagem do amor e da posição espiritual em que a alma se encontra, falir toma uma conotação mais transcendental; em todo passo que não foi bem aproveitado, o Espírito aprendeu alguma coisa que não ainda sabia, adquiriu forças que não possuía. Se não tinha forças para tais empreendimentos, não faliu no sentido comum da palavra; antes, passou por uma experiência onde recolheu algo de melhor para outra vida. A linguagem humana não consegue, na maioria das vezes, traduzir a sublimidade do sentido mais profundo das palavras.

Se o aluno foi reprovado em uma serie é porque não assimilou as matérias apresentadas. Quando recolher condições de sabedoria, avançará com os outros. Quem já foi aprovado, podemos afirmar que já fracassou nesta ou em outras vidas. E Deus, em Sua onisciência, sabe de antemão que a alma não esta em condições de sempre vencer.


Emmanuel Também nos ensina sobre o assunto em O Consolador, ditado a Chico Xavier. Gostei da pergunta 72, que destaca como o planeta em que vivemos, a Terra, é maravilhoso!

72 – Existem planetas de condições piores que as da Terra?
– Existem orbes que oferecem piores perspectivas de existência que o vosso  e, no que se refere a perspectivas, a Terra é um plano alegre e formoso, de aprendizado. O único elemento que aí destoa da Natureza é justamente o homem, avassalado pelo egoísmo. Conhecemos planetas onde os seres que os povoam são obrigados a um esforço contínuo e penoso para aliciar os elementos essenciais à vida; outros, ainda, onde numerosas criaturas se encontram em doloroso degredo. Entretanto, no vosso, sem que haja qualquer sacrifício de vossa parte, tendes gratuitamente céu  azul, fontes fartas, abundância de oxigênio, árvores amigas, frutos e flores, cor e luz, em santas possibilidades de trabalho, que o homem há renegado em todos os tempos.

73 – A humanidade terrestre é idêntica à de outros orbes?
– Nas expressões físicas, semelhante analogia é impossível, em face das leis substanciais que regem cada plano evolutivo; mas, procuremos entender por  humanidade a família espiritual de todas as criaturas de Deus que povoam o  Universo e, examinada a questão sob esse prisma, veremos a comunidade terrestre
identificada com a coletividade universal.

75 – Na diversidade de suas experiências, é o Espírito obrigado a adaptar­ se às condições fluídicas de cada orbe?
– Esse é um imperativo para aquisição de seus valores evolutivos dentro  das leis do aperfeiçoamento

Já encerrando nosso estudo de hoje, deixo aqui um artigo mais recente, retirado da Revista Reformador e disponível, no site da Federação Espírita Brasileira (FEB)



Finalmente, divido com vocês um dos programas do 3ª Revelação (a imagem está bem ruinzinha, mas o áudio está ótimo). A reportagem principal é sobre a Pluralidade dos Mundos Habitados, e o entrevistado para falar desse tema é o Raul Teixeira.  


Boas leituras, bons estudos e ótima semana a todos!