segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Transmigrações progressivas

Parte Segunda: Do Mundo Espírita ou Mundo dos Espíritos - Capítulo 4: Da Pluralidade das Existências


Dois autores clássicos da Doutrina Espírita, Leon Denis (em Depois da Morte e em O Problema do Ser, do Destino e da Dor) e Gabriel Delanne (em A Evolução Anímica) descrevem o processo de evolução da Vida (não só da humanidade) no planeta Terra. Em A Evolução Anímica é mostrado, com mais ênfase, a evolução espiritual dos homens, onde o autor comenta o comportamento de tribos selvagens e as características morais e de inteligência que os humanoides vão adquirindo no decorrer da evolução (como a curiosidade, o amor fraternal e maternal, a linguagem, o sentimento estético). 

Mas escolhi um trecho do livro Depois da Morte, do Leon Denis, que está no capítulo Pluralidade das Existências para ilustrar os estudos deste trecho de O Livros dos Espíritos:



Uma cadeia ascendente e continua liga todas as criações, o mineral ao vegetal, o vegetal ao animal, e este ao ente humano. Liga-os duplamente, ao material como ao espiritual. Não sendo a vida mais que uma manifestação do espírito, traduzida pelo movimento, essas duas formas de evolução são paralelas e solidárias. A alma elabora-se no seio dos organismos rudimentares.


Cada uma das existências terrestres mais não é que um episódio da vida imortal. Alma nenhuma poderia em tão pouco tempo despir-se de todos os vícios, de todos os erros, de todos os apetites vulgares, que são outros tantos vestígios das suas vidas desaparecidas, outras tantas provas da sua origem. 






Calculando o tempo que foi preciso à Humanidade, desde a sua aparição no globo, para chegar ao estado da civilização, compreenderemos que, para realizar os seus destinos, para subir de claridades em claridades até ao absoluto, até ao divino, a alma necessita de períodos sem limites, de vidas 
sempre novas, sempre renascentes.





Que pensar de um Deus que, estabelecendo uma só vida corporal, nos houvesse dotado tão desigualmente, e, do selvagem ao civilizado, tivesse reservado aos homens bens tão desproporcionados e tão diferente nível moral? Se não fosse a lei das reencarnações, a iniqüidade governaria o mundo.





Através da sucessão dos tempos, na superfície de milhares de mundos, as nossas existências desenrolam-Se, passam, renovam-se, e, em cada uma delas, desaparece um pouco do mal que está em nós; as nossas almas fortificam-se, depuram-se, penetram mais intimamente nos caminhos sagrados, até que, livres das encarnações dolorosas, tenham adquirido, por seus méritos, acesso aos círculos superiores, onde eternamente irradiarão em beleza, sabedoria, poder e amor! 






E esse processo, como a própria Natureza, não dá saltos. Leon Denis, em O Problema do Ser, do Destino e da Dor, ainda enfatiza essa verdade em dois momentos, no capítulo As vidas sucessivas. A reencarnação e suas leis:

A evolução do ser indica um plano e um fim. Esse fim, que é a perfeição, não pode realizar-se em uma única existência, por mais longa que seja. Devemos ver na pluralidade das vidas da alma a condição necessária de sua educação e de seus progressos. É à custa dos próprios esforços, de suas lutas, de seus sofrimentos, que ela se redime de seu estado de ignorância e de inferioridade e se eleva, de degrau a degrau, primeiramente na Terra e, em seguida, através das inumeráveis estâncias do céu estrelado.
[...]
Cada um leva para a outra vida e traz, ao nascer, a semente do passado. Essa semente há de espalhar seus frutos, conforme a sua natureza, ou para nossa felicidade ou para nossa desgraça, na nova vida que começa e até sobre as seguintes, se uma só existência não bastar para desfazer as conseqüências más de nossas vidas passadas. Ao mesmo tempo, os nossos atos cotidianos, fontes de novos efeitos, vêm juntar-se às causas antigas, atenuando-as ou agravando-as e formam com elas um encadeamento de bens ou de males que, no seu conjunto, urdirão a teia do nosso destino.
[...]
Nem todas as almas têm a mesma idade, nem todas subiram com o mesmo passo seus estádios evolutivos. Umas percorreram uma carreira imensa e aproximaram-se já do apogeu dos progressos terrestres; outras mal começam o seu ciclo de evolução no seio das humanidades. Estas são as almas jovens, emanadas a menos tempo do Foco Eterno, foco inextinguível que despede sem cessar feixes de Inteligências que descem aos mundos da matéria para animarem as formas rudimentares da vida. Chegadas à humanidade, tomarão lugar entre os povos selvagens ou entre as raças bárbaras que povoam os continentes atrasados, as regiões deserdadas do Globo. E, quando, afinal, penetram em nossas civilizações, ainda facilmente se deixam reconhecer pela falta de desembaraço, de jeito, pela
sua incapacidade para todas as coisas e, principalmente, pelas suas paixões violentas, pelos seus gostos sanguinários, às vezes até pela sua ferocidade; mas, essas almas ainda não desenvolvidas subirão por sua vez a escala das graduações infinitas por meio de reencarnações inúmeras.

No livro Filosofia Espírita - vol. IV, em que o espírito Miramez dita ao médium João Nunes Maia comentários sobre todas as perguntas de O Livro dos Espíritos, encontramos esclarecimentos sobre como o homem prepara seu futuro pelas ações que realiza no presente. (Atenção, pessoal, encontrei este livro para download, disponível aqui)

O Espírito não regride; ele sempre avança para frente e para o alto. O que pode
acontecer é a alma descer socialmente; regressão material é escola para o Espírito; no
entanto, o que aprendemos nunca mais esquecemos, pois, significa despertamento. Os valores
espirituais adquiridos irradiam sempre em todas as reencarnações.
O que por vezes acontece, é que o Espírito em boas condições intelectuais pode voltar
à Terra em outra vida física, sem condições de se expressar, o que, contudo, não significa
regressão. O que ele sabe, está registrado para a eternidade. Ser-nos-á de grande valor
conhecermos o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, e mediante o conhecimento,
esforçamo-nos para praticá-lo, mesmo que seja na gradação que a vida nos apresenta, porque
nesse esforço constante nascerá em nós uma luz que nunca se apagará, capaz de nos trazer
para o coração momentos de paz e de alegria, a nos dizer que existe a felicidade.
(capítulo Subir e Crescer)

O Espírito de um homem de bem, jamais volta à Terra animando o corpo de um
celerado. Não há condições de um Espírito retroceder em seus sentimentos; ele sempre
avança, esta é a lei do progresso, que é força de Deus. No entanto, a alma de um celerado em
uma reencarnação, pode, em outra, voltar animando o corpo de um homem regenerado; basta
arrepender-se e continuar se esforçando, para não cair em faltas novamente.
(capítulo Nunca Degenerar)

Quando alguém deseja deixar para outra oportunidade, ou para depois da
desencarnação, o seu aperfeiçoamento moral, isso mostra falta de maturidade. Essa pessoa
ainda dorme e não quer acordar, porém, o Senhor tem os recursos para fazê-lo despertar,que,
geralmente, são dolorosos. Todavia, essa é a vida, e quem a criou sabia de todos esses
detalhes de aprimoramento dos Espíritos. A alegria de todos é que há sempre uma esperança
para todas as criaturas de Deus.
(capítulo Antes e Agora)

A questão 196, de O Livro dos Espíritos, que trata sobre a necessidade da vida terrena para atingir a perfeição, é comentada também por Emmanuel, no livro Religião dos Espíritos, com psicografia de Chico Xavier:



4

Para encerrar nosso estudo de hoje, quero dividir com vocês esta outra mensagem do Emmanuel, que está no livro Fonte Viva, mas que encontrei na Internet, em formato de uma linda apresentação. Renovemo-nos dia a dia tem tudo a ver com o que vimos nesse intertítulo de O Livro dos Espíritos.


Espero que todos tenham aproveitado estas leituras, assim como eu aproveitei! Uma ótima semana a todos e até o próximo post!



Nenhum comentário:

Postar um comentário