domingo, 6 de janeiro de 2013

Anjos e Demônios

Parte Segunda: Do Mundo Espírita ou Mundo dos Espíritos - Capítulo 1: Dos Espíritos

A evolução é constante. Desde o átomo ao anjo, nas palavras de O Livro dos Espíritos, "...arcanjo, que também começou por ser átomo", conforme explicam os mentores espirituais em resposta à questão 540 (que está mais adiante, já que hoje estamos estudando as questões 128 até a 131).

Encontramos em Miramez, comentando a questão 129, no livro Filosofia Espírita III, essa questão da evolução dos anjos, que também foram criados por Deus simples e ignorantes.


Podemos comparar a linha evolutiva dos Espíritos, desde a sua formação a angelitude, como as vidas humanas, desde o berço ao tumulo. As diferenças são enormes entre os seres humanos, diferenças estas que partem da maturidade, que nunca é igual, do tempo de vida de cada ser. Os Espíritos, igualmente, são assim: eles se diferenciam pelo tempo. Certamente, os mais velhos carregam consigo maior número de experiências, e essas experiências lhes conferem despertamento mais seguro. Não negamos o livre arbítrio de todas as criaturas de Deus, porém, não podemos nos esquecer das suas limitações em todas as direções em que foram chamadas a viver.

Os Espíritos saem de Deus em forma de energia divina, dotados de todos os poderes, que pulsam na sua intimidade, como sendo segredos da Divindade, e percorrem todas as estações de aprendizado. Em cada uma desabrocham valores registrados pela eternidade, enriquecendo condições para que surja a razão como conquista da sua trajetória. Essa energia desce, experimentando todos os tipos de opressões ambientais, se intensificando em uma unidade grandiosa, para depois surgir o milagre da individualidade.

Já nos itens que se referem aos demônios, Emmanuel, pela psicografia de Chico Xavier, dita uma mensagem esclarecedora. O texto está no livro Caminhos de Volta, no capítulo Considerações de Kardec, que é uma abertura feita pelo próprio Chico Xavier. A mensagem de Emmanuel vem a seguir e é intitulada Demônios e Exorcismo.
CONSIDERAÇÕES DE KARDEC
Francisco Cândido Xavier

Em várias conversações tivemos ocasião de comentar os noticiários da imprensa
sobre demônios e exorcismo. O assunto vem sendo muito debatido. E nós, também, num
grupo grande de companheiros, não escapamos às opiniões sobre essas ocorrências.
Acontece que, em nossa reunião pública, O Livro dos Espíritos nos ofereceu a
questão 131 para os estudos gerais e o nosso caro Emmanuel escreveu a página ”Demônios e
Exorcismo".
O nosso amigo espiritual trata do tema, expressando-se nas mesmas considerações
de Allan Kardec.


DEMÔNIOS E EXORCISMO
Emmanuel
Em vários setores da atualidade revive-se a figura do demônio, no estilo da Idade
Média, e articulam-se processos de exorcismo a fim de lhe conjurar a presença.
Entretanto, no assunto, vale revisar os conceitos kardequianos emitidos há mais de
um século.
Demônios, no sentido que a civilização corrente empresta ao vocábulo, não são seres
votados pela Sabedoria Divina à prática do mal, e sim espíritos humanos que se
desequilibraram em atitudes infelizes perante a vida. Podem estar domiciliados em faixas de
sombra do Mundo Espiritual, em correlação com o Plano Físico ou em núcleos residenciais da
Terra mesmo. Desencarnados e encarnados.
E, para entendermos o exorcismo, basta que nos detenhamos no estudo da hipnose e
do reflexo condicionado para recolher as melhores conclusões quanto ao poder da influência.
*
O homem sempre necessitou de apoiar-se em símbolos de amor e fé,  autoridade e
responsabilidade para facear com segurança as forças que se lhe conservam desconhecidas.
Tanto na paisagem terrestre, quanto na paisagem espiritual, seja no estágio físico ou
nos períodos de tempo, antes e depois da permanência no corpo de matéria mais densa, a
personalidade humana, em determinados degraus da estrada evolutiva, frenará os impulsos de
agressividade exagerada ou buscará encorajamento nas próprias fraquezas, em sinais e
palavras, imagens e sons que lhe recordem os dispositivos de  proteção mental a que
habitualmente se submeta ou recorra, nos lances das próprias experiências.
À vista disso, é fácil compreender que a pessoa humana, quando fora das leis de
harmonia e burilamento que nos regem os destinos, será sempre uma criatura de emoções
transitoriamente deterioradas, criando tribulações no lugar em que se encontre.
E, por outro lado, não é difícil perceber que o exorcismo, na base dos agentes
magnéticos e dos valores da memória, é sempre uma alavanca de emergência capaz de
remover influências infelizes.
Na raiz do problema, em suma, encontramos a necessidade de considerar os
chamados “espíritos das trevas” por irmãos verdadeiros, requisitando compreensão e auxílio a
fim de se remanejarem do desajuste para o reequilíbrio neles mesmos. Entendendo-se ainda
que o melhor e mais alto processo de transformá-los, em definitivo, será sempre a prática do
amor, através da qual todos nós, os espíritos em evolução no campo terrestre, estamos sendo
orientados, treinados, instruídos, educados e sublimados pela abnegação incessante dos Sábios
Angélicos da Espiritualidade, em nossa marcha progressiva para Deus.



Do livro “Na Era do Espírito”, psicografia de Francisco Xavier com comentários de Herculano Pires, vemos a outra ponta da evolução, ou seja, os espíritos angélicos, que já completaram as etapas inferiores e estão num patamar superior da espiritualidade. Mas neste comentário de Herculano Pires (que usa o codinome Irmão Saulo), observamos anjos e demônios são graus de evolução do homem:

RUMO A ANGELITUDE
Irmão Saulo

Nos termos da Doutrina Espírita, do demônio nasce o homem e do homem nasce o anjo.  Estamos todos no rumo da angelitude.  Nossa humanidade (nossa natureza humana) caracteriza-se pela imperfeição, pelo predomínio dos instintos, pelos resíduos da animalidade ainda atuantes em nossa constituição psicossomática.
Mas esses resíduos vão sendo eliminados na lapidação das vidas sucessivas.  E como somos conscientes do
processo de lapidação a que estamos sujeitos, podemos e devemos ajudar esse processo.  Basta um olhar atento ao nosso redor para verificarmos a realidade dessa concepção.  As criaturas humanas
estão dispostas numa escala progressiva que vai do bandido ao santo.  O malfeitor de hoje será o cidadão
honesto do futuro.  E este, por sua vez, será o santo de amanhã, dependendo esse amanhã, em grande parte, do esforço evolutivo do interessado.  Porque o ser consciente apressa ou retarda a sua própria evolução.
 O chamado para o serviço do bem é a oportunidade que Deus oferece à criatura imperfeita para acelerar a sua caminhada rumo à perfeição. Quem não aproveita a  oportunidade divina, apegando-se por comodismo ou displicência aos seus defeitos, desculpando-se com as imperfeições  naturais que ainda carrega, furta-se ao cumprimento do dever espiritual.  Mas as leis da evolução não o deixarão parado por muito tempo.  Por isso ensinou Jesus: "Quem se apegar à sua vida perdê-la-á, mas quem a perder por amor a mim salvá-la-á".

 O comodista será sacudido e alijado do seu comodismo,  mais  hoje,  mais  amanhã,  pela  vergasta  da  dor.  O sofrimento é tão grande na Terra porque maior é o comodismo dos homens.  A seara continua imensa e os trabalhadores ainda são tão poucos! Não somos anjos para ser perfeitos e puros, mas trazemos em nós as potencialidades da angelitude.  Se não acelerarmos a nossa lapidação pelo serviço, o lapidário oculto - e que está oculto em nós mesmos - agirá como convém para completar a sua obra.

Finalmente, achei bem esclarecedora essa o tema do Programa Transição (abaixo) e achei bacana incluir aqui. O entrevistados é Geraldo Campetti Sobrinho, vice-presidente da Federação Espírita Brasileira (FEB), eleito em março de 2012. Ele também é coordenador da Comissão Editorial da FEB Editora e responsável pela Biblioteca de Obras Raras e Museu da Federação, que ficam em Brasília. 



Para encerrar, algumas obras baseadas na Escada de Jacó, que segundo a Bíblia, foi vista por Jacó durante um sonho e por ela caminhavam anjos. Segundo tradições iniciáticas da antiguidade, esse seria o caminhos da evolução das almas. Até o próximo post e um maravilhoso 2013 para todos nós!

William Blake 






Partiu, pois, Jacó de Berseba, e foi a Harã;

E chegou a um lugar onde passou a noite, porque já o sol era posto; e tomou uma das pedras daquele lugar, e a pôs por seu travesseiro, e deitou-se naquele lugar.

E sonhou: e eis uma escada posta na terra, cujo topo tocava nos céus; e eis que os anjos de Deus subiam e desciam por ela 

Gênesis 28:10-12






Michael Willmann



Esta escada, tão marcante para a história do povo judeu, encontra o seu análogo em todas as antigas iniciações.
Seja ela uma coincidência, ou uma teoria; ou se derivado de uma base comum de simbolismo, é certo que a escada como um símbolo de progresso moral e intelectual existia quase universalmente, apresentando-se como uma sucessão de degraus, ou portões, ou modificada de alguma outra forma.

(Fonte: Wikipedia)

Gustave Doré





O número de degraus variava, embora o favoritismo tenha recaído sobre o número sete, provavelmente devido ao caráter mistico deste número aceito em quase todos os lugares.

(Fonte: Wikipedia)

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